Petrobras suspende projeto de eólica offshore

A decisão foi comunicada ao Ibama, responsável pelo licenciamento ambiental do projeto, no fim de janeiro.

Petrobras suspende projeto de eólica offshore

 

Petrobras decidiu suspender o projeto piloto para geração eólica offshore no campo de Ubarana, na Bacia Potiguar, litoral do Rio Grande do Norte. A decisão foi comunicada ao Ibama, responsável pelo licenciamento ambiental do projeto, no fim de janeiro.

Em ofício encaminhado à diretoria de Licenciamento, a Petrobras afirma que o projeto foi “reavaliado e suspenso, enquanto a empresa prospecta oportunidades de sinergias e parcerias com objetivo de desenvolver um projeto comercial de geração eólica offshore no Brasil”.

A eólica de Ubarana seria um projeto-piloto, de pesquisa. Além da torre e do aerogerador, a Petrobras previa a instalação de equipamentos para medir o potencial de geração a cerca de 20 km da costa de Guamaré, em uma região com lâmina d’água média entre 12 e 16 metros.

Na atual gestão de , a Petrobras está deixando os setores de energia, o que inclui vender e reduzir sua presença na geração renovável – além de eólica, está saindo também da produção de biocombustíveis.

Faz parte da estratégia de “maximizar o retorno para os acionistas”, isto é, investir na produção de petróleo e gás natural do pré-sal, ativos que dão mais retorno.

No fim do ano passado, a companhia desistiu de uma parceria para estudar projetos eólicos offshore ao lado da Total Eren, divisão da petroleira francesa Total. Poder360

Essa postura, inclusive, começa a ser questionada por analistas de mercado. Durante a apresentação dos resultados da companhia, em fevereiro – quando revelou um lucro recorde de R$ 40 bilhões –, foram feitos questionamentos se o freio na transição energética não pode impactar a reputação e a competitividade da empresa no futuro.

“Acho que após mais dois anos de trabalho árduo a empresa será mais competitiva e estará preparada para concluir quais serão as áreas competitivas em renováveis para a Petrobras”, avaliou Andrea Almeida, diretora financeira da companhia. Valor

Por enquanto, o foco da empresa é em mitigação de emissões. Pretende investir US$ 850 milhões até 2024 em medidas descarbonização da sua produção de petróleo e gás natural – por ano, serão US$ 70 milhões em P&D e mais US$ 100 milhões para interromper emissões em flare, captura e armazenamento de CO2 e eficiência energética.

Enquanto isso, serão apresentados, no próximo dia 11 de março, os estudos de impacto ambiental (.pdf) do parque eólico offshore Caucaia, da Bi Energia, no litoral do Ceará. É a primeira audiência pública para licenciamento de eólica offshore no país.

A Bi Energia pretende instalar 59 aerogeradores, 48 deles em mar aberto, com potência instalada total de 576 MW, e outras 11 torres, com o total de 22 MW no total, em terra.

E no mês passado, a Neoenergia iniciou o licenciamento de três novos projetos para a construção de eólicas offshore no Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e também no Ceará. Juntos, somam 9 GW de capacidade instalada em 600 aerogeradores – maiores projetos em planejamento no país.

Localização dos aerogeradores projetos pela Bi Energia, para Caucaia, no litora do Ceará. Parque eólico offshore em fase mais avançada de licenciamento (BI Energia, Rima)

Primeira solar flutuante de São Paulo

Começou a operar, em fase de testes, a primeira usina fotovoltaica flutuante da cidade de São Paulo. Com investimento de R$ 450 mil, o projeto está instalado em uma área de mil m² do reservatório Billings junto à usina elevatória de Pedreira e pretende avaliar a viabilidade da implantação de usinas fotovoltaicas nos reservatórios da capital.

A construção da usina foi feita em parceria com a Sunlution Soluções em Energia, que foi escolhida a partir de uma chamada pública. Se o resultado for positivo, a Empresa Metropolitana de Águas e Energia (EMAE) abrirá nova chamada pública para implantação de usinas semelhantes nas represas Billings e Guarapiranga.

A Sunlution atuou também para a Chesf, na instalação da solar flutuante de Sobradinho, na Bahia – projeto de P&D que instalou uma usina de 1MW de potência no reservatório da hidrelétrica.


Chegada do B12

Entrou em vigor no domingo (1º) o novo percentual mínimo de biodiesel que deverá ser misturado ao óleo diesel de petróleo, que sobe de 11% (B11) para 12% (B12) – segunda etapa do planejamento para elevar o teor do biocombustível para 15% (B15) em 2023.

No período de transição, os estoques de B11 nos postos ainda poderão ser vendido, mas a introdução do B12 deve elevar a demanda nacional de biodiesel para 6,9 bilhões de litros em 2020, frente aos 5,9 bilhões produzidos em 2019.

A política para o biocombustível deve implicar em um aumento da capacidade de produção brasileira nos próximos anos. Atualmente, os produtores nacionais são capazes de entregar 9 bilhões de litros por ano e, de acordo com projeções da EPE, a demanda deve atingir 9,55 bilhões em 2023, primeiro ano do B15.

A elevação do percentual também ocorre em momento de alta no preço do biocombustível, negociado em leilões, sob regulação da ANP. Na disputa mais recente (L71), o litro do biodiesel foi negociado a R$ 2,912; no leilão anterior (L70), por R$ 2,857 na média nacional – os preços giravam em torno de R$ 2,30 nos leilões anteriores. Folha

Representa o aquecimento do mercado da soja lá fora, com aumento da demanda da China, em meio às disputas comerciais com os EUA.

Mas também a situação da produção no Brasil, com usinas de menor porte tendo dificuldade para competir e até manter suas atividades. Em 2019, 41 usinas de biodiesel entregaram o biocombustível, das mais de 90 autorizadas a operar pela ANP.

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