Pouco mais de dois meses depois de concluir uma operação especial de aumento do nível do Rio Paraná, a jusante (abaixo) da barragem, a usina de Itaipu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, vai aumentar a produção de energia para garantir o escoamento de mais água e permitir que o país vizinho consiga exportar, por hidrovia, 100 mil toneladas de soja, hoje paradas em armazéns e barcaças, ao mercado internacional. O pedido ao Brasil para Itaipu liberar mais água foi feito pela Chancelaria do Paraguai diretamente ao governo brasileiro, com participação do Ministério de Minas e Energia, Eletrobrás, Agência Nacional de Águas e Operador Nacional do Sistema Elétrico.
Um total de 104 barcaças carregadas aguarda que o nível do rio aumente para transpor a eclusa da usina binacional Yacyretá, que também vai participar da operação. A passagem das barcaças pela eclusa de Yacyreta, divididas em oito comboios, está prevista para os dias 10, 11 e 12 de agosto, segundo o Ministério de Relações Exteriores do Paraguai. A chamada “janela de água” propiciada por Itaipu vai garantir centenas de empregos dos paraguaios que trabalham no carregamento e transporte da soja.
Desta vez, não será preciso abrir o vertedouro. A medida prevê apenas o aumento da produção de energia. Com mais água turbinada, haverá mais água rio abaixo. A programação começou nesta segunda-feira (3) e vai se estender até o dia 16, totalizando 13 dias de operação. De segunda a sexta-feira, serão 7.500 metros cúbicos de água por segundo (m³/s). Já nos finais de semana, a liberação de água será de 7.100 m³/s, uma elevação de 1.000 m³/s em relação ao volume atual.
Para o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, “essa operação vai ter um ganha-ganha. Poderemos ajudar os nossos sócios e, ao mesmo tempo, melhorar nossa produção de energia. Quanto mais conseguimos produzir, melhor para o desenvolvimento dos dois países-irmãos. O governo do presidente Jair Bolsonaro está atento às necessidades, mais do que nunca, de um esforço conjunto para movimentar a economia, não só do Brasil, mas do Mercosul como um todo”.