KPMG analisa o impacto da tecnologia 5G na indústria de energia

A entrada da tecnologia 5G na indústria de energia e recursos naturais pode ser considerada um dos principais marcos digitais no setor e o leilão 5G, previsto para acontecer nos próximos meses, é um aliado estratégico para a área. Essa é a análise do sócio da área de energia KPMG, Anderson Dutra. Segundo ele, a tecnologia tem potencial para causar uma grande transformação digital em todos os segmentos como petróleo, energia renovável e elétrica e ter impacto nos modelos de negócios das empresas nos próximos anos.

Para Dutra, com a entrada da tecnologia 5G, inúmeras possibilidades digitais serão abertas na indústria de energia. Segundo ele, entre as transformações que a tecnologia vai proporcionar estão o ganho exponencial do uso de análise de dados que vai impactar significativamente a margem das empresas neste setor, a escalada da eficiência operacional com a automação de processos e o uso massivo de inteligência artificial, fazendo com que as informações circulem de forma ágil e dinâmica na tomada de decisão, e o uso intensivo de ferramentas de combate a segurança cibernética.

“Acredita-se que hoje apenas 5% desses dados são capturados e usados a favor das empresas de energia. Os que chegam são aplicados de forma isolada e não integrada. Recursos como inteligência artificial, uso de drones e análise de dados vão poder ser utilizados de forma potencial para gerar informações de valor e vão permitir, por exemplo, que seja feita a previsão de manutenção de uma plataforma de petróleo de forma mais rápida e assertiva e viabilização da tarifa de um ativo que está sob concessão da Aneel. Por fim, poderemos pensar na monetização desses dados a favor da empresa e do consumidor”, afirma.

Para o sócio de tecnologia, mídia e telecomunicações da KPMG, Márcio Kanamaru, recursos como big data, inteligência artificial e internet das coisas trouxeram para a indústria de energia grandes possibilidades. O setor hoje utiliza ferramentas como soluções de robótica submarina, drones para realizar inspeção de plataformas, internet das coisas para operações remotas e interconexão de equipamentos, inteligência artificial para processar milhares de informações e análise de dados para prever a duração dos equipamentos e possíveis falhas, entre outros usos. Segundo Kanamaru, o setor de energia é bastante relevante nesse processo de implementação do 5G.

“O 5G é um habilitador da transformação digital de energia e recursos naturais que é um setor que utiliza muita tecnologia de ponta da produção de petróleo do pré-sal, por exemplo. Hoje, o que é capturado é usado de forma isolada. A rede de quinta geração vai gerar uma rede mais veloz e mais consistente que vai permitir que a indústria tenha um ganho muito grande, o que vai impactar no setor eólico e de transmissão, tudo em tempo real”.

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