Guerra na Ucrânia dispara preços de petróleo, carvão e biocombustíveis

Conflito russo-ucraniano ocorre em momento que os preços do petróleo já se encontravam em alta no mercado

O conflito russo-ucraniano ocorre em um momento em que os preços do petróleo bruto já se encontravam em tendência de alta acentuada, devido à falta de oferta e à forte recuperação da demanda mundial, causada pelo levantamento em muitos países das restrições sanitárias impostas para combater a pandemia de coronavírus.

A invasão da Ucrânia por parte do governo russo de Vladimir Putin levou União Europeia e Estados Unidos a imporem duras sanções a Moscou, alimentando temores de que as exportações de energia russas sejam interrompidas.

A Rússia é o segundo maior exportador mundial de petróleo bruto e fornece mais de 40% das importações anuais de gás natural na União Europeia. E os preços dos combustíveis fósseis e derivados como o carvão e coque estão aumentando.

Carvão térmico atinge seu maior preço desde 2008 – carvão metalúrgico tem alta explosiva. O carvão é um combustível fóssil e uma commodity energética ao lado do petróleo e gás natural. O carvão é, em sua maior parte, carbono com quantidades variadas de outros elementos, como hidrogênio, enxofre, oxigênio e nitrogênio.

Ambientalistas citam as emissões de dióxido de carbono provenientes da queima de carvão como principal causa da mudança climática.

Enquanto isso, os preços do carvão metalúrgico atingiram a máxima histórica de US$410 por tonelada métrica em CFR China para o carvão coque premium. O carvão de Appalachia Central vem dos condados no sul da Virgínia Ocidental, leste de Kentucky, sudeste da Virgínia e leste de Tennessee. O carvão de Appalachian Central é betuminoso de alto grau, com elevado teor energético de 12,500 BTU/libra e baixas impurezas. Ele gera eletricidade e é usado na fabricação de aço.

Os preços do carvão metalúrgico subiram 8,7%, para 3.136 iuanes por tonelada, quando o mercado fechou. Eles saltaram até 12,9% mais cedo durante a sessão. Os contratos futuros de coque na bolsa de Dalian avançaram 7,2%, para 3.848 iuanes por tonelada.

Já o preço europeu de referência para o gás natural, o TTF holandês, atingiu um recorde histórico de 194,715 euros por equivalente de megawatt-hora (MWh), e o preço do gás britânico era cotado muito próximo de seu máximo histórico de dezembro passado.

Desde que a Rússia, o principal exportador de gás natural da Europa, atacou militarmente a Ucrânia, o preço do gás natural tem subido de forma acentuada. O gás natural registou um aumento de 30%.

O aumento de preços foi especialmente acentuado no caso do alumínio e do níquel, metais que dependem, em grande medida, das exportações russas.

A tonelada de alumínio alcançou US$ 3.552 no mercado de metais de Londres (LME) nesta quarta, um máximo histórico, enquanto o níquel se aproximou de seu maior nível em 11 anos, sendo negociado a US$ 25.750 a tonelada.

Em 2021, a Rússia foi o terceiro produtor mundial de alumínio, atrás de China e Índia, segundo dados do Escritório Mundial de Estatísticas do Metal, e exporta grande parte de sua produção para Turquia, Japão, China, Estados Unidos e UE. No Brasil o reajuste de gás natural será de 50% para 2022, segundo Abegás.

Distribuidoras de gás natural chegaram a um acordo com a Petrobras e os preços médios do combustível será reajustado em 50%. Segundo a associação, os novos preços afetam cerca de 70% da demanda do mercado cativo e não termoelétrica. O novo valor da molécula, de US$ 12/MMBtu, vale para 2022. A partir da daí, o preço está sujeito a reajustes.

O reajuste nos estados no Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Mato Grosso do Sul e na área de concessão da GasBrasiliano, em São Paulo, será de 44%. Os contratos são de quatro anos.

Os preços do gás natural disparam no mundo inteiro e estão, inclusive, descolados dos valores de referência do petróleo, que também subiram este ano. No Brasil, a situação é agravada pela desvalorização do real.

Já o preço médio do GLP cresceu 37% no ano, saindo de R$ 74,74 para R$ 102,32. Por ser um item de fundamental importância, alterações deste patamar refletem diretamente na renda de parte significativa da população brasileira. Em dezembro, o botijão de gás consumia 9% do salário mínimo nacional vigente (R$ 1.100), forçando famílias a optarem por cozinhar com lenha ou até mesmo com álcool.

Entretanto, em nossos artigos e estudos apresentamos uma solução energética carbono zero para o setor industrial que utilizam os combustíveis fósseis, carvão, coque, glp e gás natural para o uso da biomassa.

O Brasil tem um enorme potencial de disposição de biomassa florestal e da madeira, agricultura e beneficiamento agroindustrial e sucroenergético que poderiam ser utilizados pelas indústrias de cimentos para a descarbonização.

No estudo técnico da ABIB Brasil Biomassa o Brasil tem um potencial total de geração de biomassa florestal e industrial (metros cúbicos) de disponível de 85.574.464,76 somando-se com a produção de lenha e carvão temos um quantitativo (metros cúbicos) de 157.992.556.

Soma-se a este quantitativo a estimativa dos resíduos gerados pelo setor agroindustrial de 547.306.628.

 

*Artigo escrito por Celso Oliveira, Diretor da Brasil Biomassa Consultoria Engenharia Tecnologia Industrial e Presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa Bioenergia e Bioeletricidade.

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