O Grupo Energisa divulgou os resultados financeiros referentes ao exercício de 2021 e também ao quarto trimestre do ano passado, com destaque para os investimentos. Na comparação interanual, a empresa fechou 2021 com aportes 55% maiores em relação a 2020. De acordo com dados, no ano passado os investimentos foram de R$ 4.198,7 milhões.
Levando em conta apenas o último trimestre de 2021, também houve aumento nos investimentos na comparação com o mesmo período de 2020. De outubro a dezembro do ano passado foram investidos R$ 1.158,3 milhão, número 71% superior aos aportes de outubro a dezembro de 2020.
“Encerramos mais um ano demonstrando resiliência para superar desafios. O Grupo Energisa está pronto para colocar esforço e investir em ações que gerem valor aos nossos públicos. Nossos aportes no passado evidenciam isso. Aumentamos os investimentos em 55% na comparação com 2020. Sempre de olho na melhoria da qualidade do fornecimento. Seguiremos focados em disciplina financeira e na melhor alocação de capital para manter os investimentos e sólida posição de caixa”, ressalta Maurício Botelho, CFO do Grupo Energisa.
Em relação aos investimentos, a geração solar fotovoltaica da Energisa cresceu 123,4% na comparação interanual. O aumento deixa claro o avanço da estratégia do Grupo Energisa no que diz respeito à diversificação dos negócios.
“O ano foi de muito trabalho e evoluímos enquanto ecossistema one-stop-shop do setor elétrico, com negócios e soluções que vão desde a distribuição, transmissão, comercialização, geração distribuída e centralizada”, reforça Maurício.
Em 2021, as distribuidoras receberam R$ 3.079,3 milhões, alta de 34,5% sobre 2020. Destaque para Energisa Rondônia (R$ 837,7 milhões); Energisa Mato Grosso (R$ 595,9 milhões) e Energisa Mato Grosso do Sul (R$ 515,5 milhões). Levando em conta apenas o quarto trimestre do ano passado, a Energisa investiu R$ 919,5 milhões em suas concessões. O aporte é 68,9% maior se comparado ao quarto trimestre de 2020.
Sobre o EBITDA ajustado, o Grupo Energisa fechou 2021 com R$ 6.646,8 milhões. No quarto trimestre, o indicador alcançou a cifra de R$ 1.855,9 milhão, representando uma alta de 51,3% em relação ao mesmo período de 2020. Já a receita líquida consolidada em 2021, excluindo a receita de construção, foi de R$ 23.692,5 milhões, aumentando 31,8% sobre 2020, e de R$ 6.857,9 milhões no último trimestre do ano passado, um crescimento de 23% em relação a igual período de 2020.
O lucro líquido, por sua vez subiu 90,9% no ano passado, atingindo R$ 3.068,8 milhões. Já no quarto trimestre, o lucro líquido foi de R$ 582,6 milhões. A dívida líquida consolidada totalizou R$ 15.252,5 milhões em dezembro, contra R$ 14.627,0 milhões em setembro de 2021. A relação dívida líquida por EBITDA Ajustado passou de 2,4 vezes em setembro para 2,3 vezes em dezembro de 2021.
Consumo de energia
Em 2021, o consumo de energia elétrica no mercado cativo e livre cresceu 1,5% (546,4 GWh) puxado pelo desempenho industrial nas cadeias de construção, setores têxtil, automotivo e alimentícios; pelo clima quente e seco no Nordeste e no Sudeste na maior parte do ano; e pelo afrouxamento das restrições sanitárias relacionadas à pandemia.
Nesse contexto, as classes que determinaram o resultado positivo em 2021 foram a industrial (+4,5% e 325,1 GWh), comercial (+1,7% e 112,7 GWh) e outros (+2,1% ou 93,3 GWh). No total o consumo foi de 37.000,7 GWh nas 11 áreas de concessão do Grupo.
Considerando apenas o quarto trimestre de 2021, o consumo total de energia elétrica (mercado cativo + livre) nas áreas de concessão das 11 distribuidoras do Grupo Energisa atingiu 9.625,2 GWh, o que representa uma redução de 2,6% em relação ao mesmo período do ano anterior. Considerando o consumo não-faturado a variação foi negativa em 2,5%.
Os principais motivos para o resultado no trimestre foram a base alta de comparação do quarto trimestre de 2020 (+5,2%), o efeito calendário negativo e o clima mais ameno no quarto trimestre de 2021 em contraste com período de seca e calor recorde no quarto trimestre de 2020, sobretudo no Mato Grosso.
Consumidores
A Energisa encerrou o quarto trimestre de 2021 com número de consumidores 2,0% maior que em relação ao mesmo período do ano anterior. Destaques para a Energisa Mato Grosso, que viu sua base de clientes aumentar 3,4% no quarto trimestre de 2021, para a Energisa Tocantins e para Energisa Sul-Sudeste, que tiveram alta de 2,4% na carteira de clientes na comparação com o mesmo período de 2020.
Considerando o segmento Residencial, o Grupo apresentou crescimento 2,3% entre o quarto trimestre de 2021 e o de 2020, sendo 1.588.536 clientes enquadrados na tarifa social. O número de clientes nesse segmento da tarifa social representa 23,6% das unidades residenciais da Energisa.
No Brasil, a Energisa atende aproximadamente 8,2 milhões de consumidores em onze Estados, que corresponde aproximadamente a 10% da população.
Indicadores de qualidade
De forma geral, no quarto trimestre de 2021, as distribuidoras do Grupo mantiveram excelente desempenho, apresentando indicadores abaixo dos limites regulatórios da Agência Nacional de Energia Elétrica, (Aneel) para o DEC (duração das interrupções) e o FEC (frequência das interrupções). Destaque para a Energisa Rondônia, que alcançou o melhor resultado da série histórica tanto para o DEC quanto para o FEC. Em dezembro de 2021, o DEC foi de 25,95 horas.
Isso representa redução de 27,3% em relação a dezembro de 2020 quando o DEC foi de 35,70 horas. Já o FEC em dezembro de 2021 da Energisa Rondônia ficou em 11,41 vezes, redução de 33,7% levando em conta dezembro de 2020. Destaca-se ainda que, com esses resultados, a empresa ficou melhor que o limite regulatório para os dois indicadores.
Vale mencionar a Energisa Paraíba (DEC de 11,14 horas e FEC de 4,38 horas) e a Energisa Mato Grosso do Sul (DEC de 10,23 horas e FEC de 4,27 horas) que apresentaram seus melhores resultados da série histórica para os indicadores.
Perdas e inadimplência
Pelo terceiro trimestre consecutivo, houve redução nas perdas de energia elétrica. Esse indicador ficou em 5.762 GWh em dezembro de 2021, representando 12,89% da energia injetada. O resultado é 0,7 ponto percentual ou 40,9 GWh menor que o registrado no terceiro trimestre de 2021 e 0,85 ponto percentual menor que o registrado no quarto trimestre de 2020.
Dez das 11 distribuidoras ficaram abaixo do limite regulatório da Aneel para as perdas. Destaques de evolução ficaram para a Energisa Paraíba e Energisa Rondônia, sendo que na primeira o indicador fechou em 12,78%. Na comparação com dezembro de 2020 o resultado foi 0,75 ponto percentual menor, evidenciando que o plano de medidas reforçado para 2021 para o estado trouxe resultados positivos.
Em relação ao limite regulatório a perda total realizada ficou 0,10 ponto percentual menor. Na Energisa Rondônia, embora seja ainda a única concessão acima dos limites regulatórios, houve substancial redução de 2,41 pontos percentuais, terminando o exercício em 24,27% contra o patamar regulatório de 22,55%.
No geral, o resultado das distribuidoras é fruto da intensificação das ações de combate as perdas não técnicas, iniciada após a flexibilização das medidas restritivas causadas pela pandemia, com destaque para a ampliação das inspeções de campo, blindagem de rede e padrões de medição e investimento em ferramentas computacionais para melhoria contínua das ações que garantem a otimização dos benefícios.
Sobre inadimplência, no quarto trimestre de 2021, a taxa consolidada da Energisa dos últimos 12 meses foi de 0,91%, isso representa queda de 44,8% em relação ao mesmo período do ano passado.
Mesmo diante do fim da restrição, em outubro passado, para a suspensão do fornecimento aos clientes residenciais baixa renda com ações de cobrança em vigor, a Energisa permaneceu com a estratégia de conjugar a disciplina na cobrança com a oferta de melhores formas para pagamento através de condições especiais, como envio de SMS, pagamento e negociação por meio de cartão de crédito e pagamento das faturas pelo PIX com o QR Code.
Destaques do ano
Em 2021, a Energisa, através de sua subsidiária Alsol, avançou em geração distribuída, com investimentos da ordem de R$ 191 milhões e com a entrega de 15 novas usinas fotovoltaicas.
Atualmente a Alsol detém a capacidade instalada de 78,4 MWp, também no segmento de geração fotovoltaica, mas no caso centralizada, o destaque foram as primeiras licenças para a construção de dois parques solares, Rio do Peixe 1 e Rio do Peixe 2, na Paraíba, com total de 78 MWp de capacidade instalada.
Outro destaque vai para o projeto da Vila Restauração, comunidade ribeirinha no interior do Acre. A população passou a contar com energia limpa e renovável 24 horas por dia a partir de um microssistema de geração solar e armazenamento por meio de baterias de íon de lítio, com tecnologia de ponta, baixo impacto ambiental e maior durabilidade.