White Martins e Toyota firmaram neste mês uma parceria para fornecer hidrogênio para o abastecimento do Toyota Mirai, um dos automóveis elétricos à célula combustível da montadora, que realizará diversas demonstrações em sua unidade em Sorocaba (SP).
A ação ocorrerá ao longo deste ano e poderá ser acompanhada por autoridades, jornalistas e outras entidades interessadas no projeto, que terão a oportunidade de dirigir o veículo.
Descarbonização
O Acordo de Paris estabelece que será necessário reduzir em 60% as emissões de dióxido de carbono até 2050. A White Martins acredita que esta fonte de energia contribuirá para a descarbonização de diversos setores. O potencial de aplicações do hidrogênio é vasto e depende das tecnologias e infraestrutura disponíveis, bem como da viabilidade econômica de cada projeto.
“O hidrogênio faz parte da estratégia de negócios da White Martins. A Linde, controladora da White Martins, tem mais de 100 anos de experiência na produção de hidrogênio, além de ser pioneira no desenvolvimento de tecnologias para toda a cadeia. Acreditamos que o produto deverá desempenhar um papel fundamental na transição energética para uma economia de baixo carbono, afirma Gilney Bastos, presidente da White Martins. “A White Martins vê a parceria com a Toyota do Brasil como uma ação relevante para dar visibilidade para os benefícios econômicos e ambientais gerados a partir do uso do hidrogênio,” diz Gilney.
“A Toyota está comprometida com a descarbonização em todo o ciclo de vida de seus produtos e vem seguindo à risca seu Desafio Ambiental Global 2050, um desenho de metas ambiciosas que traçam o caminho adotado pela empresa em sua missão de construir uma sociedade em harmonia com a natureza. Por isso, acreditamos na diversidade de tecnologias de eletrificação, como a célula de hidrogênio, que move o Mirai”, afirma Roberto Braun, diretor de assuntos governamentais e regulatórios da Toyota do Brasil. “O inimigo é o carbono e todas as rotas tecnológicas devem contribuir para mitiga-lo, dependendo da infraestrutura e da realidade de cada país”, conclui Braun.
Em 2021, a White Martins assinou Memorandos de Entendimento (MoU) com o Complexo Portuário do Pecém e os governos do Ceará e Rio Grande do Sul, para realizar estudos de viabilidade para a possível construção de plantas de hidrogênio verde. Neste ano, outros já estão em análise.
Mesmo produzido a partir do gás natural, o hidrogênio é uma alternativa com pegada de carbono menor do que outros combustíveis fósseis. Além do potencial para produção de hidrogênio azul, a partir das reservas atuais de gás natural, o Brasil pode se tornar um dos líderes mundiais na produção de hidrogênio verde, graças a fatores como a capacidade crescente de geração de energia eólica, solar e biomassa; um sistema elétrico integrado; e uma posição geográfica favorável para exportação, próximo da Europa e costa leste norte-americana.