Há tempos já se sabe que a redução da emissão de carbono é uma grande preocupação das indústrias na atualidade. Além da forte cobrança de governos e lideranças políticas, legislações vêm sendo criadas para conter a emissão de carbono no setor industrial.
O papel do setor elétrico no processo de descarbonização das atividades industriais foi tema da palestra da pesquisadora da FGV CERI, Rosana Santos, durante a segunda edição do Energy Day. “Não podemos falar de inovação da matriz energética sem olharmos para esse momento que tanto estamos discutindo que é a de descarbonização das indústrias”.
Em abril de 2022, por exemplo, o Brasil formalizou uma nova NDC (sigla em inglês para Contribuições Nacionalmente Determinadas) para a redução de emissões de gases do efeito estufa em relação ao ano base de 2005. A meta continua abaixo do que foi previsto pelo próprio país no compromisso de 2015, porém, no novo relatório estipulado, o Brasil aumenta seu compromisso de cortes de emissões em 2030. No ano passado, o percentual era de 43%, agora passa para 50%. “Esses números mostram que o Brasil terá que mexer em todos seus setores econômicos para diminuir a emissão de poluentes estipulado e cumprir com os objetivos da NDC”, afirma Rosana.
Ainda segundo o estudo mostrado pela professora, o setor elétrico representa 20% dos gases de efeito estufa lançados na atmosfera, com a produção de 78,8 mt CO2/ MWh, enquanto que o segmento de transportes simboliza 45% do total, sendo o maior emissor de carbono no país.
“Diante desses dados nós conseguimos notar que a participação da matriz energética na diminuição de emissões de carbono é relevante pois tem uma mudança tecnológica envolvida contribuindo com o compromisso firmado entre NCD e Brasil”.
O crescimento das fontes renováveis, a digitalização, o aperfeiçoamento de mecanismos nas fontes e regiões energéticas e a descentralização de recursos energéticos distribuídos são alguns dos conceitos importantes para ajudar na descarbonização do setor elétrico, este último fundamental nesse processo.
“Uma das tecnologias de geração de energia distribuída existente é a de microrredes, em que é possível realizar conexão com outras fontes de energia ligadas, agregando qualidade de serviço à conta da rede”, reforça a pesquisadora.
Veja o conteúdo completo do Energy Day na íntegra: