Sharm El Sheikh se tornou, nos últimos 10 dias, a “casa temporária” de dezenas de donos e donas de pequenas empresas brasileiras que, a convite do Sebrae, levaram para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas de 2022 (COP 27) soluções para combater os efeitos do aquecimento global.
O segmento atraiu olhares de especialistas, autoridades e conglomerados de todo o mundo com produtos e ferramentas com potencial para serem implementados nos quatro cantos do planeta.
Por meio de correspondente internacional, a Agência Sebrae de Notícias (ASN) acompanhou, diretamente do Egito, a experiência de alguns desses empreendedores, que já participam de programas do Sebrae e se preparam para dar saltos de gestão e de competitividade, por meio do aprimoramento de seus produtos e da internacionalização dos negócios.
Esse grupo também acompanhou e participou dos debates mais atuais sobre energia limpa, que irão impactar diretamente os negócios no Brasil e no mundo.
“Na COP 27, vivemos isso na pele e temos a oportunidade de mostrar a força do empreendedor brasileiro, como o Brasil tem soluções criativas e inovadoras na área de energia e descarbonização, que podem agregar valor a um modelo de negócio mais sustentável. Aqui mostramos que os pequenos negócios precisam estar cada vez mais presentes nesta agenda climática, entender como funciona e como podem fazer parte dessa solução”, afirmou Helen Camargo, gerente do Centro Sebrae de Sustentabilidade (CCS).
Na visão de Helen, a experiência tem sido muito rica, sobretudo porque a COP27 traz uma chamada para a implementação e como enxergar os debates e os objetivos da ONU no dia a dia.
“A prática do que está sendo discutido por delegações e chefes de estado passa pelos empreendedores do Brasil e de todos os países. Então envolver os pequenos negócios nessa jornada também é contribuir com o objetivo desta edição da COP, de exercitar tudo o que está sendo discutido por meio do empreendedorismo, que é capaz de tangibilizar metas e transformar realidades”, continuou Camargo.
A ideia de que o empreendedor brasileiro pode atuar na agenda de energia verde em nível global foi reforçada por Lucas Rocha, fundador da startup NanoBoost, que desenvolveu uma película que é aplicada no painel solar e aumenta a taxa de conversão.
“Nossa experiência na COP 27 foi fantástica! Pudemos apresentar ao mundo nossa proposta de contribuir para a redução dos impactos ambientais. Tivemos contato com diversos players do mercado e aumentamos consideravelmente as possibilidades de internacionalização do negócio. Somos muito gratos ao Sebrae pela oportunidade”, finalizou Lucas.
A bucha vegetal, que está disponível em todo o território brasileiro, também ganhou destaque no Egito. Ela é a base da solução desenvolvida pela startup Aqualufa, que modificou a bucha para que ela otimize o uso da água pelo setor industrial, retirando o óleo contaminante e permitindo que a água seja reinjetada no processo.
“A escassez de água e a necessidade de otimizar o uso dessa água é um desafio que conecta nossos países e continentes. Essa solução, portanto, pode ser compartilhada do outro lado do Atlântico e para o outro lado também”, explicou Denisson Salustiano, fundador da Aqualufa.