A importância e perigos do fracking para o Brasil

A exploração do gás natural pode ser feita de diversas formas, que devem ser adaptadas de acordo com as características de cada local.

A extração do gás de xisto, por exemplo, é realizada por meio de um método específico chamado fracking. O gás é muito utilizado tanto nos Estados Unidos quanto na Argentina, mas não é regulamentado no Brasil.

Em 2009, o governo brasileiro leiloou blocos para extração do gás de xisto por meio do fracking, mas estados como Bahia e Paraná suspenderam as atividades e, em julho de 2019, o governo paranaense sancionou uma lei proibindo o uso da técnica.

A preocupação com o meio ambiente e como este é afetado pelo fracking foi a razão da interrupção. Em 2022, um estudo da Escola de Saúde Pública de Yale, nos Estados Unidos, cita que o processo utiliza um volume extensivo de água, emite gases provocadores do efeito estufa e libera ar tóxico na atmosfera.

O método consiste na perfuração do solo verticalmente para depois fratura-lo na direção horizontal. Essa fragmentação da rocha é feita com uma injeção de água com solventes químicos para liberar o gás que está preso nas pedras de xisto.

Para que os buracos não se fechem, uma quantidade de areia é inserida, permitindo a migração do gás a ser extraído.

Segundo o artigo, “estudos indicam que esse tipo de operação para extrair óleo e gás podem levar a perda dos habitats de plantas e animais, declínio das espécies, disrupções migratórias e degradação da terra. Estudos também demonstraram haver uma associação entre os locais de extração de óleo e gás de xisto com gravidezes malsucedidas, incidência de câncer, hospitalizações e episódios de asma.”

Em entrevista para o Poder 360, Adriano Pires, diretor e fundador do Centro Brasileiro Infraestrutura (CBIE), defende que o Brasil necessita de mais gás, mas questiona a falta de investimentos na malha de gasodutos para o escoamento do insumo produzido no pré-sal.

Em abril de 2022, a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) divulgou que o Brasil reinjetou 49% da produção de gás natural.

Isso pode ser causado pela falta de infraestrutura de escoamento, mas também pelo nível elevado de gás carbônico no gás e pelo aumento da produção de petróleo por injeção de diversos fluidos para aumentar a pressão dos reservatórios.

Em novembro de 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro firmou um pacto energético com o governo argentino para cooperação no gasoduto de Vaca Muerta, um dos projetos mais relevantes para a infraestrutura do país.

Com o novo gasoduto a Argentina será capaz de exportar o insumo para diversos países vizinhos, incluindo o Brasil.

Na última segunda-feira (23), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva confirmou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (BNDS) financiará uma parte da obra do gasoduto, nomeado Néstor Kirchner. As obras do 1º trecho serão concluídas até junho deste ano.

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