A Brasol, empresa investida da Siemens, está investindo em 45 usinas de geração solar distribuída, que serão locados para consumidores residenciais e pequenas e médias empresas do estado do Mato Grosso, em parceria com o Grupo Oeste e Enersim.
As usinas somam uma capacidade total de geração de 58 MWp, o suficiente para abastecer aproximadamente 10 mil residências.
O investimento total no projeto é da ordem de R$ 250 milhões a ser investido inteiramente pela Brasol e coinvestidores parceiros.
A Brasol estruturou e captou operação de R$ 100 milhões em parceria com a plataforma de investimentos EQI. A operação foi realizada através de certificados de recebíveis imobiliários, onde R$ 80 milhões foram captados em uma tranche sênior e R$ 20 milhões em uma tranche subordinada, para o financiamento das primeiras 15 usinas.
Os CRI Sêniores foram distribuídos na plataforma de investimentos da EQI, assim como com alguns investidores institucionais, com uma remuneração de IPCA+9% ao ano.
A operação de CRI tem um prazo total de 15 anos e é isenta para investidores pessoa-física. A companhia foi investidora âncora nos CRI Subordinados, que contou com a participação de family offices locais como coinvestidores.
A estruturação da operação foi a primeira liderada pelo novo Diretor de Investimentos da companhia, Carlos Bacha.
O executivo, que foi sócio da Paramis Capital nos últimos seis anos e com passagens prévias por casas como Gávea e Patria Investimentos, se juntou à companhia este ano para liderar a área de investimentos, mercado de capitais e M&A.
A Companhia já prepara a estruturação de nova operação similar onde levantará em torno de R$ 150 milhões para financiar as outras 30 usinas que compõe a parceria com a Enersim.
“Através de estruturações financeiras complexas e da utilização de recursos próprios, conseguimos atrair investidores com diferentes perfis, que buscam relações risco-retorno distintas. Desde o investidor mais conservador, à procura de uma renda mensal recorrente e uma proteção maior, até aqueles que buscam retornos mais agressivos”, diz o CIO Carlos Bacha.
Atualmente a Brasol está analisando um total de seis operações de parcerias e M&As com desenvolvedores de projetos de geração distribuída, analisando oportunidades em usinas já construídas, além de projetos green e brownfield e continua em busca de novas oportunidades.
Para o desenvolvimento dessas operações, a companhia conta com R$ 500 milhões de seu próprio balanço, além da alavancagem que é capaz de estruturar e atrair para os projetos.
De acordo com o Bacha, o mercado de geração distribuída está muito aquecido, com diversos projetos em busca de funding, em um momento em que as taxa de juros se encontram em patamares altos, e muitos players estão competindo pelo mesmo capital.
“Esses projetos têm prazo determinado para serem construídos, pois os pareceres de acesso vencem 12 meses após a emissão pela concessionária. A solidez de nosso balanço, governança e capacidade de execução nos coloca em uma posição privilegiada para viabilizar os projetos tanto do ponto de vista financeiro, quando da capacidade de execução”, finaliza.