Pluralidade de vivências que impulsionam o desenvolvimento de uma nova estratégica de negócios. Na visão de Paula Dalbello, Country Manager da EDP Renováveis no Brasil, esse é apenas um dos ganhos de ter uma maior representatividade feminina na Energia brasileira.
“Em um setor tão dinâmico como esse, precisamos usar o maior leque de experiências e pontos de vista que pudermos para obter excelência em projetos. Vejo muitas mulheres administrando projetos de grande complexidade, sem perder a qualidade e atenção aos detalhes, mas se preocupando com as mais diversas variáveis que podem interferir ou se relacionar”, pontua Paula.
No entanto, poucas mulheres conseguem uma oportunidade de mostrar seu diferencial, uma vez que a desigualdade ainda é palpável no mercado de trabalho, desde a formação de profissionais até reuniões de trabalho. “Ao longo da minha carreira, houve momentos em que eu era a única mulher dentro da sala, a única palestrante ou debatedora, mas eu sempre tentei me blindar para não ficar intimidada.”
A forma que Paula usou para se preparar para esses momentos foi se qualificar tecnicamente, pois percebeu que o mercado valoriza muito esta qualidade. “Percentualmente, temos mais homens, mas existe bastante espaço para as mulheres. Sabemos que o caminho é mais longo para nós, mas precisamos nos capacitar para desbravar essa realidade.”
Ao analisar o setor, Country Manager da EDP Renováveis no Brasil demonstra plena consciência de que há um caminho longo a ser percorrido para alcançar a equidade da Energia brasileira, mas acredita que mudança significativas estão acontecendo.
“Temos cada vez mais mulheres com voz ativa atuando em posições estratégicas dentro das empresas, fazendo a diferença e pavimentando o caminho para as futuras gerações. Estamos no caminho certo para a mudança.”
Porém, para que a participação feminina aumente não basta apenas a boa vontade das mulheres, e sim a criação de culturas internas consolidadas por parte das empresas. Os resultados podem ser vistos na própria EDP Renováveis que, sob comando de Paula, teve um aumento de 27% de representatividade feminina na força de trabalho nos últimos dois anos, sendo 28% em posições de liderança e 40% no Conselho Administrativo.
Para tanto, a efetividade de políticas internas deve levar em conta a flexibilização de dinâmicas de trabalho, para que as mulheres possam equilibrar a vida pessoal e profissional, e a abertura de um espaço para que todos os colaboradores possam crescer.
“Como líder, procuro criar espaços de igualdade entre todas as pessoas que trabalham comigo, independentemente do gênero, porque isso não é um fator condicionante para a excelência em seu desenvolvimento. Esse espaço serve para que nossos colaboradores possam trazer perspectivas diversificadas que podem beneficiar nossos negócios e o seu desenvolvimento pessoal.”
E completa: “Também acredito muito no investimento em treinamentos sobre temas de diversidade e inclusão para todos, a fim de criarmos ambientes mais saudáveis e propícios para o desenvolvimento de diversas minorias.”
A importância do exemplo
Paula se considera sortuda por encontrar mulheres inspiradoras em sua trajetória, com quem aprendeu lições que ajudaram a moldar sua carreira. “Dentre as tantas líderes incríveis, cito Elbia Gannoum e Clarissa Sadock, que são enriquecedoras e valorizam muito outras mulheres.”
Porém, sua inspiração diária está nas colaboradoras de sua equipe. “Aprendo e troco com elas todos os dias e, cada uma com sua vivência e experiência, me ajudam e apoiam em momentos de necessidade. Isso tem um valor inestimável e espero retribuir esta parceria.”
Mas Paula acredita que sua vida sempre foi permeada por mulheres fortes e que serviram de referência para ser quem é hoje. “Minhas duas avós foram fundamentais para mim, sempre incentivando as filhas e netas a estudarem e se capacitarem nas áreas que escolherem. E isso passou para minha mãe, que é um exemplo de força e positividade e sempre me puxou para cima e deu todo o apoio psicológico para crescer. Minha irmã, que sempre abriu portas e caminhos para que minha trajetória ficasse mais leve, também foi essencial.”
E é através do exemplo, profissional e pessoal, que mais mulheres se sentirão inspiradas e instigadas a atingir seus objetivos e se posicionar no mercado de trabalho. “A síndrome do impostor paralisa muitas mulheres de atingirem seu verdadeiro potencial, então é importante compartilharmos experiências, dar visibilidade para as presença feminina e fortalecer ainda mais as mulheres da Energia.”