O setor de biocombustíveis entra em 2025 diante de um cenário desafiador, marcado por incertezas regulatórias, altos custos operacionais e dificuldades no financiamento de novos projetos.
Segundo um estudo da Equus Capital, nos últimos 24 meses, 6,11% das empresas encerraram suas atividades, incluindo negócios consolidados com mais de 16 anos de operação.
Ainda assim, o mercado demonstrou um aquecimento no final de 2024 e no início de 2025, impulsionado por investimentos represados e um aumento no interesse por compra e venda de usinas, além da construção de novas.
“O mercado está aquecido, há muitas conversas acontecendo sobre negócios no setor, mas ainda não vimos grandes liquidações de deals ainda”, explica Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.
A pesquisa da Equus destaca que o ambiente regulatório ainda gera insegurança para investidores e empresários do setor de biocombustíveis, especialmente diante das frequentes mudanças fiscais e da falta de previsibilidade das políticas nacionais de combustíveis.
“A instabilidade nas políticas públicas afeta diretamente a competitividade das empresas e dificulta a tomada de decisões estratégicas de longo prazo”, avalia Felipe Vasconcellos.
Além disso, o setor enfrenta desafios estruturais, como dificuldades logísticas e falta de infraestrutura adequada para distribuição e armazenamento de biocombustíveis.
Para pequenas e médias empresas, esses entraves se tornam ainda mais críticos, dificultando a escalabilidade dos negócios.
Outro fator que pode impactar cada vez mais o setor é o crescimento da eletrificação de frotas, mas ele pode ser mais do que compensado com a utilização dos biocombustíveis para outros fins, como combustível para aviação ou fonte energética para usinas térmicas.
Apesar dos desafios, a Equus Capital aponta oportunidades para empresas conseguirem otimizar processos, diversificar mercados e investir em inovação.
A Lei do Combustível do Futuro, por exemplo, estabelece aumentos mandatórios na concentração de biocombustíveis na gasolina e no diesel, o que pode gerar novas possibilidades de crescimento para o setor.
“Ainda que existam barreiras significativas, o mercado de biocombustíveis continua sendo um pilar essencial na transição energética. Aquelas empresas que souberem se adaptar às novas dinâmicas e adotarem estratégias eficientes de inovação terão mais chances de superar os desafios e aproveitar as oportunidades que 2025 pode trazer”, conclui Vasconcellos.