Após quase uma década de dedicação à Nuclebrás Equipamentos Pesados S.A. – Nuclep, o Contra-Almirante (RM1) Carlos Henrique Silva Seixas se despede da presidência da estatal, encerrando um dos capítulos mais transformadores da empresa.
À frente da companhia desde 2017, Seixas comandou uma reconstrução que resgatou o protagonismo da Nuclep nos setores de defesa, energia, petróleo e infraestrutura, consolidando a estatal como pilar estratégico da soberania nacional.
Engenheiro e militar de carreira, Seixas chegou à Nuclep em 2016 como diretor administrativo.
Um ano depois, assumiu a presidência com a missão de reverter um cenário de prejuízos e ameaças de privatização.
Com gestão técnica e estratégica, estabilizou a empresa e a reposicionou como referência na indústria nuclear nacional.
Em sua gestão, a Nuclep fabricou os cascos dos submarinos da Classe Riachuelo, entregou módulos do Submarino com Propulsão Nuclear (SCPN), peça-chave do PROSUB, e ampliou contratos com a Petrobras, incluindo a produção de estacas torpedo.
Sob seu comando, a empresa diversificou a atuação com a inauguração da fábrica de torres de transmissão, fortalecendo sua presença no setor elétrico.
Os resultados vieram em números expressivos: R$ 95 milhões em 2023 e R$ 105 milhões em 2024.
Sua gestão também rendeu prêmios, certificações internacionais e prestígio em eventos globais de Defesa e Energia.
Mas o legado de Seixas vai além dos contratos.
Ele defendeu com firmeza o caráter estratégico da Nuclep, atuando junto ao Congresso contra tentativas de privatização e promovendo uma cultura de excelência técnica e valorização dos funcionários.
Com a saída da presidência, Carlos Seixas é hoje o nome mais cotado para assumir a Eletronuclear.
A possível indicação é vista por especialistas como essencial para garantir a retomada das obras de Angra 3 e reforçar a segurança energética nacional.
Em fevereiro, entregou pessoalmente ao presidente Lula uma carta assinada por autoridades e lideranças do setor, reforçando a urgência da conclusão da usina e colocando seu nome à disposição da missão.
“Saio feliz, com a certeza de dever cumprido. Fizemos da Nuclep uma nova empresa, hoje presente em quatro segmentos estratégicos, com estabilidade, prestígio e resultados. Também conseguimos contratos com a Petrobras, que está muito satisfeita com a parceria”, afirmou Seixas.
A presidência da Nuclep será assumida interinamente pelo atual diretor industrial, Capitão de Mar e Guerra (EN) Alexandre Vianna.
A trajetória de Seixas comprova que é possível unir gestão pública eficiente, visão estratégica e compromisso com o Brasil.
Seu próximo destino, à frente da Eletronuclear, pode ser decisivo para o futuro da matriz energética nacional.