A expansão do setor elétrico economicamente eficiente sem restrições a fontes de energia pode manter o percentual de 90% da matriz elétrica renovável e promover sinergias para a descarbonização nacional e global da economia em até 176 MtCO2.
Dessa forma, será possível reduzir emissões dos setores industrial e do transporte por meio da eletrificação a partir de energia limpa. O consumo energético da indústria e do transporte responde por 18% das emissões líquidas do país.
Os dados fazem parte de documento produzido pela Coalizão do Setor Elétrico entregue nesta quinta-feira (9/10), ao embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, e apresentado à sociedade nesta sexta-feira (10/10).
O material é uma contribuição concreta do setor para a agenda climática nacional e para os debates da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, que será realizada em novembro, em Belém (PA).
Liderada pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), com curadoria técnica e estratégica da PSR Soluções e Consultoria em Energia, a Coalizão foi viabilizada com o apoio de seis associações do setor (ABRADEE, ABRATE, ABEEólica, ABRACE, ABIAPE e ABRAGE), e contou com a participação de mais de 70 entidades, reunidas em quatro eixos temáticos: Geração, Transmissão, Distribuição e Consumo.
“O Brasil tem condições únicas de liderar a transição energética global e atrair investimentos em soluções de baixo carbono. Este documento mostra que é possível avançar de forma concreta, assegurando benefícios econômicos, sociais e ambientais ao mesmo tempo”, afirmou Marina Grossi, presidente do CEBDS.
“O Brasil pode transformar sua vantagem comparativa, baseada em uma matriz elétrica limpa, em uma verdadeira vantagem competitiva. O trabalho técnico mostrou que, com planejamento, regulação adequada e inovação, o setor elétrico pode ser o motor da descarbonização da economia brasileira e global”, ressaltou Luiz Barroso, CEO da PSR.
“A Coalizão reúne um conjunto plural de vozes do setor elétrico em torno de uma visão comum. Essa convergência é essencial para garantir uma matriz mais renovável, competitiva e confiável, com uma tarifa mais justa e benefícios reais para os brasileiros”, destacou Marcos Madureira, presidente da ABRADEE e líder da Coalizão.

Por meio de fóruns com representantes da indústria de energia elétrica, a Coalizão buscou convergência e consensos, definindo ambições e alavancas prioritárias para uma transição energética justa e o desenvolvimento sustentável do setor.
Ambições da Coalizão
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Assegurar a renovabilidade, competitividade e confiabilidade da matriz elétrica brasileira;
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Reduzir desigualdades, promover crescimento econômico e impulsionar a produção e o consumo de bens e serviços com baixas emissões pela eletricidade.
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Posicionar o Brasil como hub global de produtos e serviços de baixo carbono, contribuindo de forma decisiva para a solução da crise climática
Com essa visão, a Coalizão propõe preservar a exemplaridade da matriz elétrica brasileira, interromper subsídios, aprimorar o planejamento de infraestrutura, fortalecer a regulação e a inovação para superar desafios climáticos e operacionais e impulsionar políticas públicas que ampliem a eletrificação e descarbonização da economia.
O objetivo é consolidar o Brasil como um ator central da transição energética, oferecendo ao mundo um “bônus verde” com produtos competitivos e também descarbonizados.