Ecossistema blockchain de Furnas será baseado na plataforma Corda, da R3

Desenvolvida pela R3, plataforma já está sendo utilizada pelo RECFy

A Eletrobras Furnas anunciou recentemente a criação de um sandbox multi-framework blockchain. A iniciativa, desenvolvida pela Multiledgers em conjunto com Furnas e baseada na plataforma Corda, da R3, já colocou seu primeiro serviço em operação – a RECFy, plataforma de emissão e comercialização de certificados de energia renovável — e deve ampliar a utilização do Corda em novos serviços a serem oferecidos no futuro.

A RECFy foi desenvolvida em tecnologia DLT (Distributed Ledger Technologies) e vai emitir certificados – atestados por auditor independente, o Bureau Veritas — que possibilitam o rastreamento da energia consumida, permitindo que as empresas que os adquirem cumpram suas metas de sustentabilidade, compensando as emissões indiretas de gases de efeito estufa (escopo 2 do Programa Brasileiro GHG Protocol).

A CEO da Multiledgers, Marcela Gonçalves, acredita que a revolução verde é um caminho sem volta. “O primeiro passo foi dado e felizmente estamos posicionados na vanguarda desse movimento. Diversos certificados e ativos ambientais do setor energético, como os certificados de energia renovável e créditos de carbono, estarão, em pouco tempo, trafegando em ecossistemas descentralizados. A tokenização de demais ativos do setor é apenas uma questão de tempo”.

Para a construção do RECFy, Furnas contou com o Programa de Apoio à Inovação da Multiledgers, que reuniu os principais players de blockchain atuantes no mercado nacional. Além da Multiledgers, participaram a R3, desenvolvedora da plataforma Corda, DLT, e a BBChain. R3 e BBChain apoiaram o processo, transferindo conhecimento, validando a solução construída pelo time técnico de Furnas e ajudando na implementação da plataforma em um curto espaço de tempo e com previsão estratégica de escalabilidade.

De acordo com o CTO da Multiledgers, Paulo Brizola, a plataforma Corda foi escolhida por se tratar da sua melhor aplicabilidade aos propósitos de Furnas, principalmente ao RECFy, sendo uma das melhores do mercado em termos de protocolo blockchain. “Devido à grande diversidade de modelos de negócios dentro deste novo ecossistema, entendemos que a plataforma Corda seria a melhor opção de base para este cenário”, diz.

Marcela explica que a emissão de certificados de energia limpa feita pela RECFy é a solução âncora para o ecossistema de energia e que outras virão. “Com ela validamos o ecossistema que Furnas vem desenvolvendo para o setor elétrico, hoje já em funcionamento e comercializando certificados. O objetivo, agora, é aumentar esse ecossistema e estamos trabalhando em conjunto com a R3 para escalarmos utilizando o Corda”, afirma.

De acordo com Marcela, em poucos meses outros empreendimentos serão trazidos para dentro do ecossistema gerando novas oportunidades de negócio. “O próximo passo é crescer essa rede para o setor elétrico, trazendo iniciativas do setor para o blockchain, com outros serviços. O potencial é enorme. Quanto maior for a adoção, mais empresas poderão participar”, ressalta.

O country manager da R3 no Brasil, Gustavo Paro, afirma que o projeto representa uma grande oportunidade para que o setor elétrico possa implementar soluções em uma rede já consolidada com maior agilidade e segurança. “Grandes consórcios trabalham assim: lançam a rede e paulatinamente vão agregando novos serviços. Para nós, é um grande privilégio contribuir com esta iniciativa de Furnas”, diz.

O que é o sandbox

O sandbox multi-framework blockchain criado pela Multiledgers é um ambiente para desenvolvimento e experimentação de soluções voltadas ao setor de energia que criará um hub de inovação e aceleração de projetos, com agilidade, segurança e redução de custos. O blockchain foi apontado pelo Gartner como uma das tecnologias de maior potencial na condução de inovações e mudanças organizacionais.

Segundo algumas das maiores empresas de consultoria do mundo, o setor elétrico pode ser um dos mais beneficiados pela utilização desta tecnologia.

Com essa perspectiva, a área de Transformação Digital de Furnas tem dado especial atenção ao desenvolvimento de soluções com base em blockchain. O objetivo é melhorar o desempenho, aumentar o alcance e garantir resultados melhores não só para as empresas do Sistema Furnas como para todo o setor elétrico, que passa por diversas transformações relacionadas a novos modelos de produção e distribuição, transição para fontes mais limpas, e novos modelos regulatórios.

“A formação de um ecossistema blockchain para o setor elétrico poderá reunir geradores, transmissores, distribuidores, comercializadores e órgãos reguladores”, diz Henrique Klier, diretor comercial da Multiledgers. Segundo ele, o ecossistema tende a trazer facilidades sem precedentes às relações entre os players, gerando novos modelos de negócio.

Para o Superintendente de Tecnologia da Informação de FURNAS, Marcelo Piñeiro, o sandbox é uma nova forma de fazer negócios e criar soluções de forma colaborativa em ambientes compartilhados.

 

 

 

 

 

 

 

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