Em janeiro de 2024, o governo federal lançou o programa de ação a neoindustrialização, a Nova Indústria Brasil (NIB), com uma das metas de transformar o país num hub global de produção de veículos elétricos até 2030. A Eletra tem plena consciência de sua responsabilidade nesse processo.
“Lideramos a formação de uma sólida cadeia produtiva brasileira de transporte público sustentável. Se tivermos os incentivos adequados, ônibus elétricos “Made in Brazil” circularão em breve nos principais mercados do mundo”, afirma Milena Romano, presidente da empresa.
No último ano, a Eletra entregou mais de 160 ônibus para várias cidades brasileiras. Apenas em São Paulo foram 144 veículos, o que representa, em 15 anos – vida útil mínima de um elétrico – menos 239.836,23 de CO² na atmosfera, uma melhora significativa na qualidade de vida e saúde dos paulistanos.
Confira a entrevista com Milena Romano, presidente da Eletra, sobre o último ano e as perspectivas para 2025.
1. Quais foram os principais investimentos da Eletra nos últimos 12 meses?
No último ano, a Eletra colocou em seu portfólio, além dos ônibus elétricos com tecnologia 100% brasileira, mais quatro produtos. Os dois primeiros ônibus escolares elétricos produzidos no Brasil (9,9m e 11,3m), o 15m piso alto, e o e-Trol, um ônibus elétrico com características de trólebus, com um inédito sistema de recarga das baterias, desenvolvido e fabricado pela Eletra. O veículo tanto pode circular conectado à fiação aérea quanto utilizando a energia do banco de baterias. A rede aérea, por sua vez, recarrega as baterias durante a operação.
2. Ao analisar o último ano, quais são os principais destaques da Eletra?
Em 2023/2024, a Eletra entregou mais de 160 ônibus para várias cidades brasileiras: Goiânia, Salvador, Vitória, Belém, Manaus, São Paulo, Sorocaba, Guarujá, Vargem Grande Paulista, São Bernardo entre outras.
Só em São Paulo, a Eletra entregou 144 veículos, que estão em operação nas várias regiões da cidade, o que representa, em 15 anos, vida útil mínima de um elétrico, menos 239.836,23 de CO² na atmosfera, uma melhora significativa na qualidade de vida e saúde dos paulistanos.
3. Quais são, atualmente, os principais projetos da empresa em andamento?
A Eletra segue seu trabalho de oferecer os melhores ônibus elétricos brasileiros, com capacidade de atender as diversas especificidades de cada cidade atendendo as condições operacionais da frota.
Todos os projetos da Eletra visam atender e dar suporte àqueles que operam os e-Bus Eletra.
A cada ano, avaliando resultados operacionais de seus produtos em uso, a Eletra investe não só na constante melhoria tecnológica, como em atender as necessidades operacionais de seus clientes.
4. Quais são os principais desafios da Eletra?
A indústria brasileira de ônibus elétricos tem uma grande vantagem: conhece muito bem as condições reais de operação no sistema de transporte público.
A Eletra, por exemplo, faz parte de um grupo com mais de um século na operação de transporte público na Grande São Paulo. Seus veículos refletem essa larga experiência.
Fabricantes tradicionais de chassis, como Mercedes-Benz e Scania, ou de carrocerias, como a Caio, ou motores elétricos, como a WEG, também fazem produtos compatíveis com a realidade urbana das cidades brasileiras.
Além disso, esse conjunto de empresas oferece garantia de assistência técnica e reposição em território nacional. E com fornecedores que falam português.
São vantagens muito importantes, que devem ser potencializadas para oferecer produtos melhores do que dos concorrentes.
Para isso, no entanto, é preciso que o governo ofereça condições de crédito e financiamento similares às dos concorrentes estrangeiros. Nesse ponto, ainda temos muito a avançar para garantir a competitividade do produto nacional.
5. A Eletra é uma das Líderes da Energia 2024. Qual a responsabilidade de estar entre as empresas líderes do país?
A responsabilidade da Eletra é seguir inovando, como fizemos, pioneiramente, desde 1999. Neste momento, o mais importante é oferecer os melhores ônibus elétricos do mercado para contribuir com a descarbonização de frotas do transporte público das principais cidades do Brasil. Mas nossa visão de futuro vai além.
Em junho do ano passado, durante uma visita da comitiva do presidente Lula à nossa fábrica, em São Bernardo do Campo, o vice-presidente Geraldo Alckmin fez um discurso num pátio repleto de novos ônibus elétricos, todos produzidos no Brasil com tecnologia nacional. Ele disse: “aqui está a neoindustrialização”.
Em janeiro deste ano, o governo federal lançou o seu programa de ação para a neoindustrialização, a Nova Indústria Brasil (NIB). Uma das metas é transformar o país num hub global de produção de veículos elétricos até 2030.
A Eletra tem plena consciência de sua responsabilidade nesse processo. Lideramos a formação de uma sólida cadeia produtiva brasileira de transporte público sustentável. Se tivermos os incentivos adequados, ônibus elétricos “Made in Brazil” circularão em breve nos principais mercados do mundo.
6. Quais as perspectivas da Eletra para 2025?
As perspectivas dependem essencialmente das demandas. Se a demanda cresce, os preços caem naturalmente, o que permite aos operadores crescer suas frotas elétricas. A demanda depende de os prefeitos adotarem leis ambientais comprometidas com a descarbonização das frotas e de o governo federal oferecer créditos e incentivos adequados para financiar essa transição.