Em dezembro, a Agência Internacional de Energia divulgou uma nota informando que o uso do carvão como combustível gerador de energia tenderia a subir 9% em 2022, devido à recuperação econômica dos efeitos da pandemia, que não conseguia ser atendida por outras fontes energéticas de baixo carbono no mesmo ritmo que o mundo estava precisando.
Essa reversão, em relação aos anos anteriores que foram de queda, era uma ameaça mundial de zerar as emissões líquidas até 2050. Agora, com a Guerra da Ucrânia, o cenário se agravou ainda mais!
No relatório da AIE, EUA e União Europeia registraram os maiores aumentos no uso de carvão, seguidos pela Índia, com 12%, e China – o maior consumidor mundial – com 9%. Na Europa, o preço do gás natural mais do que triplicou nos últimos meses antes da guerra. A agência ainda divulgou que o pico do carvão deveria ocorrer agora, em 2022, com 8,11 bilhões de toneladas emitidas no planeta, com os maiores aumentos da produção da China, Rússia e Paquistão.
Definitivamente, o mundo não estava preparado para se recuperar economicamente de uma pandemia de quase dois anos e já ter que lidar com confrontos bélicos em seguida.
“Seria um retrocesso ao meio ambiente de conclusões catastróficas e imprevisíveis para a saúde humana. Deixar de depender do carvão é um exercício e luta diária que já dura há anos, mas temos outras fontes que podem e devem ser rapidamente desenvolvidas e melhores estruturadas para atender essa demanda, como a energia hídrica, solar, eólica, geotérmica, biomassa e oceânica. O grande problema é que os países não se prepararam adequadamente para essa mudança, principalmente em economias emergentes que ainda dependem muito do carbono na indústria”, afirma Antonio Borges, que é CEO da PlantVerd, uma startup que opera na execução de serviços ambientais para a recuperação de áreas degradadas em todo o Brasil.