Com o conflito armado entre a Rússia (A Rússia responde por mais de 10% da produção mundial de petróleo, gás natural e trigo) teremos uma série de problemas energéticos e econômicos. O petróleo iniciou, em 2021, uma trajetória de alta, intensificada pela guerra entre Ucrânia e Rússia, e agora pode chegar a valores de US$ 150 ou US$ 200 o barril, segundo Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (Cbie).
Ele afirmou que “50% do gás consumido na Europa vem da Rússia, e estamos no inverno no Hemisfério Norte, mais do que nunca o gás é necessário para fazer o aquecimento de residências, de escritórios, coisas básicas para a população. Hoje, tem três gasodutos que cortam a Ucrânia trazendo gás da Rússia, a preocupação que eu tenho é se houvesse algum acidente em um desses gasodutos, pode interromper grande parte do gás”.
O que já está acontecendo é uma elevação muito grande do preço do gás natural e petróleo, não sabemos até onde vão porque depende do desenrolar da guerra. Com isso, a expectativa do especialista é de continuidade de alta no curto prazo, até que a demanda seja “destruída” via aumento de preços de petróleo, gás e combustíveis.
“É um fenômeno mundial, está caro no mundo inteiro e vai ficar mais, com um cenário de petróleo a US$ 150, US$ 200.”
Com o embargo econômico (proibições de exportações e suspensão swift) na Rússia pela União Européia e Estados Unidos teremos alguns problemas:
Um grande problema envolve o consumo energético na Europa que é dependente do gás natural da Rússia como fonte energética industrial e aquecimento doméstico.
Outro grande problema para as economias em desenvolvimento como o Brasil será o aumento nos preços (preço atrelado ao barril do petróleo acima de U$ 105,00 e da variação cambial com o dólar) dos combustíveis fósseis de origem do petróleo como o coque e do gás natural.
A União Europeia vai ter que encontrar outros combustíveis energéticos como os pellets e a biomassa (serão valorizados no mercado internacional).
E o setor industrial no Brasil que utilizam como fonte energética os combustíveis fósseis, glp, óleo, coque e o gás natural vão sofrer pelo avanço nos preços destes combustíveis.
Assim estamos apresentando uma solução energética industrial. Além da descarbonização industrial (carbono zero) com o uso da biomassa de origem florestal, da madeira, da agricultura e beneficiamento agroindustrial e sucroenergético como uma fonte de energia.
Sem ater-se a guerra, os Combustíveis Fósseis, o Gás natural, Coque, Óleo diesel e o GLP não serão mais competitivos para produção de energia térmica. Analisando a perspectiva dos preços apresentada no Plano Decenal de Expansão de Energia 2022 (EPE), onde há uma tendência de aumento do preço desses dois combustíveis, enquanto que outros como o a biomassa apresentam queda.
O gás natural é quimicamente definido como uma mistura de hidrocarbonetos parafínicos leves, à temperatura ambiente e pressão atmosférica permanece no estado gasoso. A composição do gás natural pode variar bastante, o gás metano é o principal componente, podendo conter etano, propano, butano e outros gases em menores proporções.
No Brasil, a Lei nº 9.478/97 define Gás Natural ou Gás como:
“todo hidrocarboneto que permaneça em estado gasoso nas condições atmosféricas normais, extraído diretamente a partir de reservatórios petrolíferos ou gaseíieros, incluindo gases úmidos, secos, residuais e gases raros”.
Os derivados de petróleo e o gás natural são usados em diferentes setores da economia com a finalidade de gerar eletricidade (termelétricas e cogeração na indústria), calor (processos industriais e residências), força motriz (transportes) e matéria-prima (utilização petroquímica). Através desenvolvimento industrial, diversas indústrias aderiram a geração e produção de vapor com uso do gás natural em suas plantas.
O grande ponto negativo é a dependência do combustível utilizado, assim o procedimento pode levar emissão de CO2, um dos principais causadores do aquecimento global. O gás natural é uma fonte não-renovável, que foi formada por milhões de anos nos reservatórios subterrâneos do planeta.
Seu processo de produção, desde a exploração, processamento até o transporte pode gerar grandes impactos no ambiente, como derramamentos de navios petroleiros, vazamentos em plataformas e gasodutos. Tem também a desvantagem de ter contaminantes altamente tóxicos que tem de ser eliminados no processo de refinamento.
O Brasil é um dos países com maior potencial de produção de bioenergia, em função da diversidade de biomassa disponível. Esta fonte, portanto, além de contribuir para o suprimento da demanda crescente por energia nas próximas décadas, tem papel fundamental no atingimento das metas de redução de emissões assumidas pelo país no âmbito do Acordo de Paris e da COP 26.
A Brasil Biomassa Consultoria, Engenharia e Tecnologia Industrial desenvolveu importante estudo técnico sobre o potencial e a disponibilidade de biomassa florestal e do processo industrial da madeira no Brasil e que foi publicado como o primeiro Atlas Brasileiro de Biomassa e Bioenergia.
No estudo avaliamos os resíduos florestais do extrativismo e da silvicultura onde estimamos que a cadeia florestal no Brasil detém um potencial de biomassa disponível de 34.795.898,44 m³ de resíduos florestais ao ano. Os resíduos diretamente da floresta que podem contribuir positivamente na substituição de 14-27 milhões de tep.ano-1 de energia no Brasil.
No estudo avaliamos os resíduos do processo industrial da madeira processada mecanicamente a onde estimamos que a cadeia do processo industrial da madeira no Brasil detém um potencial de biomassa disponível de 50.778.566,33 m³ que podem contribuir positivamente na substituição de 28-50 milhões de tep.ano-1 de energia no Brasil.
A Brasil Biomassa trabalha com o mapeamento, fornecimento, potencialidade e projetos de aproveitamento da biomassa da agricultura e do beneficiamento agroindustrial para atender a demanda energética das indústrias.
Avançam os estudos e projetos desenvolvidos pela Brasil Biomassa para o aproveitamento do potencial dos resíduos da agricultura. A biomassa derivada da agricultura (Agro Biomassa) representa apenas 18% do fornecimento mundial total de biomassa para energia.
Entre outras fontes, a Agro Biomassa pode ser derivada de resíduos agrícolas e culturas energéticas e gramíneas. No âmbito dos resíduos do setor agroindustrial com os dados da produção e com as estimativas dos montantes de resíduos gerados e do potencial energético destes resíduos.
No estudo da ABIB Brasil, o Brasil tem um quantitativo a estimativa dos resíduos gerados pelo setor agroindustrial de 547.306.628.
Os resultados apresentados poderão servir de base para uma melhor avaliação dos impactos ambientais do setor e para a análise de possibilidades econômicas de utilização dos resíduos para geração de energia por meio de reaproveitamento da biomassa.
Dessa forma, o desafio é aumentar a produção de fontes bioenergéticas (biomassa florestal, madeira, agroindustrial e sucroenergético) de maneira sustentável para garantir o crescimento na demanda de energia limpa e sustentável.
Tem como vantagens, além da disponibilidade de terras agricultáveis, a relevante diversidade de matérias-primas de baixo custo de produção, como os resíduos florestais (biomassa), agricultura e agroindustrial (palha da soja, milho, feijão, trigo) e sucroenergético (palha da cana-de-açúcar).
O maior aproveitamento destes recursos representa, além da questão ambiental, uma oportunidade para geração de emprego, renda e desenvolvimento econômico.
A fonte energética mais demandada pelo setor industrial é a eletricidade que pode sugerimos com o uso de energia limpa e renovável.
A eletricidade pode ser substituída/gerada pela biomassa, seja por meio de uso doméstico e industrial (caldeira industrial) e as usinas termelétricas de óleo que podem utilizar como fonte a biomassa.
Analisando as fontes energéticas utilizadas pelo setor industrial, observa-se que a biomassa é uma fonte promissora para geração de energia.
A diminuição da intensidade de carbono, isto é, a descarbonização, é devida à contínua e crescente participação na matriz energética global de fontes energéticas com menos conteúdo de carbono e o uso da biomassa é a melhor estratégia energética.
A Biomassa florestal de origem de florestas plantadas (manejo e reflorestamento), o balanço líquido das emissões é zero carbono, pois o carbono emitido pela queima será compensado pelo carbono capturado pela reação de fotossíntese responsável pelo crescimento da floresta.
A Biomassa é capaz de contribuir para a mitigação do efeito estufa à medida que pode suprir serviços energéticos em substituição de combustíveis fósseis e o gás natural com maior teor de carbono.
Viabilidade do projeto industrial de uso da caldeira por uso de biomassa em substituição ao gás natural. Tendo em vista todas as desvantagens com a operação de geração de vapor que utiliza Gás natural como combustível.
Com a implementação da caldeira por uso da biomassa , levando em consideração os gastos com custo do combustível, operação, energia elétrica, manutenção e terceirizados, foi contabilizado uma redução de 48% do valor de produção por tonelada de vapor pelo uso da biomassa, ressaltando também outros fatores positivos como o aumento da confiabilidade de produção, a contribuição com o meio ambiente e união de todos os participantes da implementação foram fatores predominantes para o sucesso do projeto. Aparenta uma grande redução do uso da fonte da biomassa pelo gás natural.
Baseando-se nos resultados obtidos pode-se concluir que o projeto de mudança da matriz energética viabilizou o implemento de uma caldeira de biomassa. O resultado da redução do custo de produção por tonelada de vapor, além de contribuir para o ganho financeiro da empresa, também chegou no consumidor, pois uma vez que o processo de produção fica mais barato o produto final também acompanha a redução do custo.
O projeto contribuiu também com o meio ambiente, antes utilizando o Gás como combustível para a caldeira o sistema emitia gases poluentes e hoje com utilização da biomassa na nova caldeira a emissão dos contaminantes é nula zero carbono.
A Brasil Biomassa atua diretamente em projetos de descarbonização com a mudança da matriz energética das indústrias que utilizam combustíveis fósseis como o carvão vegetal/mineral, gás natural, coque, glp e óleo diesel para o uso biomassa e um conjunto de medidas e soluções reduzir emissões de C02:
- 1. Mudança da matriz energética com o uso de uma caldeira industrial com fonte de energia por biomassa em substituição das caldeiras que utilizam os combustíveis fósseis e o gás natural.
- 2. Avaliação da mudança de uma fonte de energia pela biomassa utilizando os tipos de matéria-prima de origem limpa e renovável e com um descritivo de mapeamento da potencialidade da biomassa para facilitar a estratégia da empresa na mudança da matriz energética por um fonte energética zero carbono.
- 3. Estudo de viabilidade econômica avaliando todos os custos (avaliação dos preços da matéria-prima e do transporte), gerando uma planilha com resultado para viabilizar a mudança de combustível e os benefícios dos crédito de carbono.
- 4. Mapeamento para garantia de fornecimento de matéria-prima do setor florestal e processo industrial da madeira da silvicultura e do extrativismo, do setor agrícola (palha) e beneficiamento agroindustrial e sucroenergético em região delimitada para garantia contínua do fornecimento do combustível energético para a empresa.
Nosso trabalho é estruturado em torno de estratégias desenvolvidas para o carbono zero do setor industrial e que visem:
- Reduzir a demanda por produtos intensivos em carbono por meio da economia circular.
- Utilizar uma fonte energética (comprovadamente zero carbono) como a biomassa (mas com origem descrita em certificação e manejo florestal ou oriunda de reflorestamento).
- Implantar tecnologias (caldeira industrial) e descarbonização, incluindo processos que utilizem uma fonte limpa e renovável de energia e uso e armazenamento de carbono.
Trabalhamos no desenvolvimento de estudos de viabilidade e de mapeamento de fornecimento de biomassa e da melhor tecnologia para geração de energia térmica da empresa e a geração de crédito de carbono.
- artigo escrito por Celso Oliveira, Presidente na Associação Brasileira das Indústrias de Biomassa Bioenergia Bioeletricidade Pellets – ABIB Brasil Biomassa Bioenergia Pellets