Guilherme Simonini, da TAESA: “A resistência à mudança é um grande obstáculo”

O executivo considera como desafio no desenvolvimento de lideranças a dificuldade de pessoas reconhecerem que possuem gaps

O setor de energia, além de altamente regulado, também carrega muita complexidade, competitividade e dinamismo.

Além disso, ainda é preciso avanços rumo a uma agenda ESG robusta e consistente.

Diante desse cenário, espera-se do líder características como forte conhecimento do negócio e visão estratégica, além de aprimorar permanentemente as habilidades de liderança.

Guilherme Simonini, gerente executivo de Gente & Comunicação na Taesa, considera como desafio no desenvolvimento de lideranças a dificuldade de muitas pessoas reconhecerem que possuem gaps e, por isso, precisam estar constantemente em desenvolvimento.

“A resistência à mudança, de forma geral, é um grande obstáculo. Além disso, quando os objetivos dos programas não estão claros e bem definidos é muito difícil ter o engajamento necessário. Como temos nossa liderança espalhada por quase todo o país, é sempre um desafio elaborar uma agenda que possa atender a todos.”

Conhecimento do negócio, visão estratégica e desenvolvimento de equipes é, para Simonini, competências indispensáveis para os líderes.

“Há também outras agendas importantes como trabalhar com a diversidade, transformação digital, inovação, sustentabilidade, agenda ESG e liderança ágil. Tudo isso é esperado no desenvolvimento de lideranças.”

Simonini afirma que a Diretoria da TAESA fomenta essas pautas, independente da área.

“Temos também uma verba significativa voltada para o treinamento e desenvolvimento da liderança. Um exemplo que considero grandioso é a parceria que fizemos com a Coppead (UFRJ). Atualmente, boa parte de nossa liderança está cursando um MBA em Gestão de Projetos nessa instituição e que foi totalmente customizado para as necessidades da Taesa.”

Desafios para o RH

A transformação digital é um dos fatores que vem remodelando a liderança sob diversos aspectos.

Novas competências, como cibersegurança e a gestão de equipes remotas, estão sendo requisitadas.

“O conhecimento e adoção de metodologias ágeis também se tornam imprescindíveis. E tudo isso atendendo aos critérios ESG por serem indispensáveis para o futuro de qualquer empresa”, ressalta Simonini.

Saber quais são as características e expectativas das novas gerações também tem sido um ponto de atenção na gestão de Simonini.

“Eles valorizam muito, por exemplo, a flexibilidade, a empatia e possuem a necessidade de um feedback constante. E por terem crescido em um ambiente digital, naturalmente preferem programas de desenvolvimento que adotem essa tecnologia.”

Dessa forma, a TAESA vem investindo em plataformas de e-learning para proporcionar flexibilidade e programas de mentoria para que possam, dentre vários pontos, receber um feedback mais constante.

Ainda assim, Simonini enfatiza a atenção cada vez maior em soft skills, como trabalho em equipe, comunicação e inteligência emocional.

Em contrapartida, as empresas também devem fazer a tarefa de casa para se tornarem polos atrativos para os novos talentos.

Por isso, é preciso estar muito atento ao Clima Organizacional e ao efetivo exercício dos valores da empresa.

“Estamos em um mercado extremamente competitivo, permitindo que os talentos possam escolher, através de critérios particulares, aquela empresa que mais se identifiquem. Por isso não basta ter uma remuneração ou pacote de benefícios competitivos. É preciso um olhar atento sobre todos os aspectos, sobretudo clima organizacional e os valores efetivamente praticados.”

Dentre esses valores, a diversidade e inclusão têm sido pautas necessárias nas empresas.

Nesse sentido, a TAESA lançou, em 2021, o Programa de Diversidade alicerçado em 5 pilares: Raça e Etnia, Empoderamento Feminino, Pessoas com Deficiência, Geração 50+ e LGBTQIA+.

“Para cada pilar temos ações concretas no sentido de estimular a inserção desses públicos na empresa.”

Além disso, a Taesa é signatária do “Pacto ONU Mulheres” e “Movimento Raça é Prioridade” com metas claras para aumento, por exemplo, de mulheres em cargos de liderança e colaboradores pretos, pardos e indígenas na força de trabalho.

 

 

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