O engenheiro Hugo Albuquerque, que traz passagens importantes em empresas como BCP (Atual Claro), Siemens, Kyocera solar, Canadian Solar e SOL Copérnico, encerrou o Energy Day com a palestra “A importância do E no ESG”.
Avado defensor das energias renováveis e da utilização da Geração Distribuída como catalisador de investimentos e diversificação da matriz energética brasileira, Albuquerque começou a sua exposição trazendo reportagens sobre a decisão de grandes geradoras em trocar a água por vento, sol e gás devido aos custos operacionais e ao impacto ambiental, fatores esses que explicam o perfil dos novos investimentos.
“Segundo o PRI (Princípios do Investimento Responsável), que hoje possui mais de 4.5 mil signatários, os ativos sob gestão já ultrapassam USD 121 trilhões”, destacou Albuquerque.
Albuquerque fez uma retrospectiva de como o tema ESG ganhou muita atenção depois de não ter tido êxito no Acordo de Paris. “Com isso surgiu o RE 100 – Renewable 100, iniciativa que uniu empresários do mundo que se comprometeram em zerar a emissão de carbono até 2050. Hoje são mais de 350 empresas que fazem parte do RE 100.”
Além disso, o executivo citou como os fundos de investimento ditam a forma como as empresas vão se comportar. “Para essa análise temos que falar do BlackRock que emitiu uma carta informando o que as empresas, o que evidenciou claramente uma evolução do comportamento, deixando claro que as questões ambientais e sociais são tão importantes quanto à governança”, ressaltou.
O executivo lembrou ainda que, diante do contexto mundial atual, como a Guerra Ucrânia e Rússia, a Black Rock, que antes havia se posicionado apenas favorável às energias renováveis, considerou ser favorável a questões não favoráveis. “Isso não foi um passo atrás. Apenas houve maior compreensão da nossa situação atual, pois ainda somos dependentes do gás e petróleo e virar totalmente a chave poderia causar um colapso em vários países.
A transmissão energética não pode ser feita de forma disruptiva. Isso não vai funcionar. O mercado precisa de adequações e isso deve ser levado em conta.”
Albuquerque defende o debate de E2SG – Enviroment, Energy, Social e Governance. “Muitas empresas têm um financeiro que cuida da auditoria, o RH que cuida de inclusão e social, mas não tem ninguém que olhe especificamente para o Meio Ambiente, nem como a empresa pode ser atingida positivamente com o uso de energia renovável.”
Isso porque a energia pode contribuir com ganhos financeiros consideráveis para as empresas e mitigação de gás estufa para o meio ambiente. “Além disso, a energia pode impactar na melhor distribuição de renda.
Por exemplo, hoje, no Brasil, temos cerca de 11 milhões de família de agricultura familiar, com renda média de R$ 2.400 por mês. Imagina se fosse permitido que qualquer investidor pudesse gerar uma microgeração na terra desse agricultor? Isso poderia prover uma renda adicional para essa família de R$ 600 a R$ 800!”
Confira o evento completo do Energy Day, na íntegra: