A empresa francesa Companhia Fluvial de Transportes (CFT) está no processo final de desenvolvimento do primeiro navio de carga movida a hidrogênio do mundo. Se tudo der certo, a embarcação deve sair ainda este ano da França, abrindo caminho para uma navegação mais verde.
O barco usará uma espécie de hidrogênio comprimido produzido a partir da eletrólise como sua única fonte de energia e deve sair do Rio Sena. Ele foi projetado para as chamadas rotas de águas interiores, que são rios e lagos dentro das cidades – a tecnologia ainda não está pronta para abastecer embarcações que naveguem nos oceanos.
“A demanda por tecnologias mais sustentáveis no transporte hidroviário interior está aumentando. Estamos felizes por liderar o caminho na redução de emissões de transporte e demonstrar as características superiores das células de combustível de hidrogênio em aplicações aquáticas”, declarou o diretor da CFT, Matthieu Blanc.
A embarcação faz parte do projeto Flagships e custou cerca de R$ 36 milhões para ser construído. O valor foi recebido por meio do programa Horizon 2020, uma iniciativa da União Europeia destinado a pesquisas adicionais no transporte de carga movido a hidrogênio. Além dele, um outro navio-conceito já está navegando em Paris e outros dois estão em construção.
Esse tipo de iniciativa é importante do ponto de vista ambiental, pois os navios tradicionais são grandes poluidores do meio ambiente. Os grandes navios de carga e os transatlânticos são os que mais emitem gases tóxicos. Em geral, o transporte aquaviário é o segundo maior contribuinte para a destruição da camada de ozônio e, consequentemente, as mudanças climáticas.
Isso acontece porque a maior parte dos grandes navios funciona com um sistema conhecido como “combustível de bunker”, que emite mais dióxido de carbono do que a queima de combustível refinado, como a gasolina e o óleo diesel.
Apesar da tecnologia de hidrogênio comprimido representar um grande desafio logístico, porque os combustíveis fósseis são mais leves e dão uma autonomia muito maior às embarcações, ainda é uma opção excelente para o futuro.
Contudo, este tipo de combustível pode significar a necessidade de paradas para reabastecimento, o que pode elevar o custo de operação das viagens.