Nuclear deve trazer U$ 50 bilhões para o Brasil nos próximos anos
A energia nuclear é extremamente importante para o Brasil e vem se mostrando como uma excelente alternativa para substituir fontes vindas de recursos não renováveis, como a fonte hídrica – já que está se esgotando. Desde 1985, com a inauguração de Angra I, o setor vem crescendo e investindo em novas unidades, como as unidades Angra II e III, que estão em construção.
O Brasil possui a sexta maior reserva mundial de urânio. Esse fato contribui muito para o investimento nesse tipo de fonte. Apesar disso, a energia nuclear brasileira é produzida de forma diferente, em vez de Urânio 235 sendo usado no processo, também tem o Urânio 238.
Estes dois isótopos do elemento Urânio se diferenciam em suas propriedades, uma vez que o Urânio 235 pode sofrer fissão nuclear e ser usado como combustível nuclear e seu isótopo não. Sendo assim, para utilizar este minério na produção da Energia Nuclear é preciso modificá-lo.
A maior vantagem para se utilizar energia nuclear é a não utilização de combustíveis fósseis. Embora o acontecimento em Chernobyl – acidente nuclear que aconteceu em 1986 na Ucrânia Soviética – inclusive o canal HBO produziu uma série sobre o ocorrido, tenha gerado muita insegurança, com o tempo, essa energia foi defendida por ecologistas por não gerarem gases de efeito estufa.
Vantagens
A matriz elétrica brasileira é composta, basicamente, de duas partes. Uma a parte são as energias variáveis e outra é a de energia de base – elas não competem entre si, são complementares. A diversidade de energia para qualquer matriz energética é fundamental, pois dá segurança e desenvolve diferentes setores.
O presidente da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares), Celso Cunha, explica que, cada vez mais, a sociedade clama por energia limpa e para obter o volume de energia que o mundo precisa sem ocupar grandes áreas e de forma constante é algo que não é trivial.
Cunha ainda fala que o futuro da energia nuclear no Brasil é promissor com a retomada das obras de Angra III, que deve ser concluída em 2026 e começar a funcionar em 2027. Não obstante a isso, existe o Plano Nacional de energia 2050 que tem como objetivo gerar de 8 a 10GW de potência nuclear para o futuro.
“Esse volume de energia nuclear significaria construirmos de 8 a 9 usinas do tipo Angra III. Então nos próximos 30 anos teremos o processo de escolha e contratação dos sítios que são possíveis de colocar essas usinas. Com isso, teremos mais de U$ 50 bilhões de dólares de investimentos no Brasil. Esse número vai impulsionar o trabalho e a economia de uma forma geral”, afirma o presidente da ABDAN.
Ele acrescenta, ainda, que não tem dúvidas que no futuro as usinas terão capital privado prevalecendo, como apontam estudos em diversos países. Além disso, o presidente salienta a importância da combinação entre energia nuclear e renovável é fundamental para a base do sistema.
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