Perspectivas de investimento na transição energética para 2025

A transição energética global está criando um leque vasto de oportunidades de investimento em diversos setores. Um estudo recente da KPMG, intitulado “Energy transition investment outlook: 2025 and beyond”, revela que 72% dos investidores acreditam que o investimento em ativos de transição energética está aumentando rapidamente.

Este movimento é impulsionado pela necessidade de expandir a capacidade de energia renovável, aprimorar a eficiência energética e de recursos e modernizar a infraestrutura relacionada.

Crescimento e Diversificação dos Investimentos

O relatório aponta que, em 2024, dos US$ 3 trilhões em investimento global em energia, cerca de US$ 2 trilhões serão destinados a tecnologias e infraestrutura de energia limpa, quase o dobro do investimento em combustíveis fósseis.

Os investidores estão ativos em um conjunto amplo e diversificado de oportunidades:

  • 64% investiram em tecnologias de eficiência energética (incluindo eletrificação) nos últimos dois anos.
  • 56% investiram em energia renovável e de baixo carbono.
  • 54% em armazenamento de energia e infraestrutura de rede.
  • 51% em transporte e infraestrutura relacionada.

Essa diversidade ressalta a amplitude das oportunidades para os investidores, já que cada área de interesse envolve muitos sistemas e tecnologias diferentes.

O Papel Contínuo dos Combustíveis Fósseis

Apesar do rápido crescimento das energias renováveis, o estudo indica que os combustíveis fósseis ainda desempenham um papel vital na matriz energética.

Apenas 25% dos investidores não estão fazendo novos investimentos em combustíveis fósseis. Nos últimos anos, a segurança energética se tornou uma preocupação central, evidenciando a importância do petróleo e do gás natural.

“Vemos um renovado interesse em fontes de energia de transição como o gás natural”, afirma Wafa Jafri, Partner, Energy Strategy, KPMG UK. “Essas fontes são cruciais para ajudar a garantir a segurança e a acessibilidade energética durante a transição para sistemas de energia totalmente renováveis”.

Parcerias e Desafios

O relatório também destaca a importância das parcerias para o sucesso dos projetos de transição energética. 94% dos investidores priorizam encontrar parceiros que possam compartilhar os riscos.

As abordagens colaborativas são vitais, pois permitem que as empresas compartilhem riscos, recursos e conhecimentos.

No entanto, os investidores também enfrentam desafios.

Os riscos regulatórios ou de políticas representam a principal barreira ao investimento em ativos de transição energética.

A incerteza resultante desses riscos pode atrasar ou impedir que os fluxos de capital cheguem às iniciativas de transição energética.

Perspectivas para próximos dois anos:

O levantamento mostrou que o cenário de investimentos em transição energética deve crescer significativamente nos próximos dois anos, impulsionado pela redução das taxas de juros e dos custos de materiais e por políticas governamentais favoráveis.

Entre os participantes, a eficiência energética surgiu como o principal foco de investimento, apontado por 64% dos investidores pesquisados; 40% afirmaram que pretendem priorizar iniciativas voltadas para armazenamento de energia e infraestrutura de rede.

“À medida que a transição energética é acelerada, surgem oportunidades de investimento em diversos setores. Estas são impulsionadas pela necessidade de expandir a capacidade de energia renovável, melhorar a eficiência energética e de recursos e modernizar a infraestrutura relacionada à energia”, explica o sócio-líder do setor de energia e recursos naturais da KPMG no Brasil e na América do Sul, Manuel Fernandes.

O levantamento mostrou ainda o motivo que levam os investidores a escolhem ativos de transição energética.

Os que atuam na área financeira são movidos, principalmente, pelo retorno monetário (48%), embora 35% destaquem o desenvolvimento tecnológico como motivação mais relevantes.

Já os operacionais enfatizam a independência ou segurança energética (37%), o impacto social (33%), os custos da energia (33%) e a pressão das partes envolvidas (33%).

Clique aqui para acessar a pesquisa “Perspectivas de Investimento na Transição Energética: 2025 em diante”.

 

 

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