Eleito entre os 100 Mais Influentes da Energia de 2024 na categoria Liderança e Pessoas, Paulo Roberto Pinto, presidente da Norte Energia, iniciou sua história na empresa em 2017.
Naquele momento, Paulo recebeu um convite de Solange Vieira, membro do Conselho de Administração da Norte Energia, para participar de um processo de assessment para a posição de Presidente da empresa.
Ele assumiu a empresa no mesmo ano, que também era o momento quando a Usina Hidrelétrica Belo Monte ainda estava em construção e operando seis Unidades Geradoras.
“Após dois anos, concluíamos a construção e inaugurávamos a Unidade Geradora 18 da Casa de Força principal.” São cinco anos de operação da Norte Energia em Belo Monte, consolidando-se como a maior hidrelétrica 100% brasileira e a quinta maior do mundo.
Em 2024, a gestão de Paulo alcançou importantes resultados, como a geração da usina Belo Monte que, mesmo com os efeitos do El Niño, alcançou 6% (20.414 GWh) de toda a energia utilizada no país.
Confira a seguir a entrevista na íntegra com Paulo Roberto Pinto, presidente da Norte Energia, ganhador do prêmio 100 Mais Influentes da Energia de 2024:
- Como começou a sua história na Norte Energia?
Começou por intermédio da Solange Vieira, que era, como é até hoje, membro do Conselho de Administração da Norte Energia. No início de 2017 recebi uma ligação da Solange me convidando a participar de um processo de assessment para a posição de Presidente da empresa. Eu topei, fui selecionado e assumi a presidência da Norte Energia em maio de 2017.
- Quais foram suas principais conquistas à frente da Norte Energia neste ano?
Ao longo de 2024, alcançamos importantes resultados que contribuíram para garantir a segurança energética do país. Belo Monte é a hidrelétrica 100% brasileira que mais gerou energia para o Brasil no primeiro semestre de 2024, apesar dos efeitos do El Niño, que reduziu as chuvas na região Norte. De janeiro a junho deste ano, a geração da usina correspondeu a 6% (20.414 GWh) de toda a energia utilizada no país, o equivalente ao consumo de 20 milhões de residências. Essa quantidade é suficiente para abastecer todos os domicílios das regiões Norte e Centro-Oeste e mais o estado do Rio de Janeiro, durante seis meses.
No dia 7 de fevereiro deste ano, o Sistema Interligado Nacional (SIN) registrou consumo recorde de energia no Brasil. A carga total foi de 101.860 megawatt (MW), com 92,4% de fornecimento por fontes renováveis, especialmente as hidrelétricas. Segundo dados do ONS, Belo Monte foi responsável, sozinha, por garantir 10% da demanda nacional.
No dia 15 de março deste ano, outro recorde, quando o SIN atingiu a demanda instantânea de 102.478MW. A Usina contribuiu significativamente no horário de pico de consumo nacional, entregando 12% da energia elétrica necessária para todo o Brasil, o que equivale ao atendimento imediato de 60 milhões de pessoas.
Estes resultados reafirmam o nosso compromisso em atender uma parcela significativa da demanda energética do país, assegurando energia limpa e renovável para milhões de brasileiros.
- Quais foram os principais desafios que sua gestão enfrentou em 2024?
Certamente os efeitos do fenômeno El Niño, que reduziu as chuvas na região Norte. Porém, mesmo com atual crise hídrica, Belo Monte tem entregado 1.215 MW no horário de pico de consumo nacional, contribuindo para minimizar os efeitos da seca, reduzindo a necessidade do acionamento de térmicas e evitando emissões de CO2 na atmosfera.
- Quais números que refletem o crescimento da empresa durante a sua gestão?
Quando assumi a empresa, em 2017, a Usina Hidrelétrica Belo Monte ainda estava em construção e, ao mesmo tempo, operando apenas seis Unidades Geradoras. Após dois anos, concluíamos a construção e inaugurávamos a Unidade Geradora 18 da Casa de Força principal e, a partir dali, Belo Monte passava a operar com sua capacidade plena, – aliás estamos completando cinco anos de pleno operação – consolidando-se como a maior hidrelétrica 100% brasileira e a quinta maior do mundo.
Hoje, o Complexo Belo Monte, composto pela Usina Hidrelétrica Belo Monte e a Usina Hidrelétrica Pimental, tem 11.233,1 MW de capacidade instalada – o suficiente para atender cerca de 63 milhões de pessoas- e atua como uma bateria natural do sistema energético, ajudando na reserva nacional e em momentos alta demanda de energia. Somos responsáveis pelo atendimento de 10% da demanda anual do país, entregando energia para todos os 26 estados da federação e o Distrito Federal.
Para além da geração de energia, atuamos como agente de desenvolvimento socioeconômico e sustentável no médio Xingu, onde geramos 1.700 empregos diretos e indiretos na região e implantamos melhorias que reduziram o percentual de moradores abaixo da linha de pobreza em Altamira, de 25%, em 2010, (Censo IBGE) para 3%, em 2023. Desde o início do projeto Belo Monte já investimos mais de R$ 8 bilhões em melhorias na educação, saúde, infraestrutura e programas socioambientais nas localidades que abrigam as usinas.
- Quais foram os principais investimentos da Norte Energia neste ano?
Temos investido em iniciativas como o desenvolvimento de barcos elétricos, para promover a mobilidade fluvial sustentável na Amazônia. Estes projetos contribuem para a redução das emissões de CO2 e para a melhoria da qualidade de vida das populações ribeirinhas.
Através dos projetos de reflorestamento no Médio Xingu, utilizando mão de obra local, a empresa restabeleceu 2,4 mil hectares de floresta amazônica, o que representa 3 mil campos de futebol. Foram plantadas 1,5 milhão de mudas nativas e a meta da companhia é plantar 5,5 milhões de mudas, recuperando 7,6 mil hectares até 2045.
E é importante destacar que desde o início da implantação de Belo Monte, em 2010, a Norte Energia investiu, até o momento, R$ 8 bilhões em ações socioambientais.
- Quais são as perspectivas da Norte Energia para 2025?
A principal delas é dar uma solução a questão da Licença de Operação de Belo Monte e chegar a um denominador comum com o Governo.
Além disso, manter nosso compromisso com a geração de energia renovável para o Brasil, mas também com a proteção e conservação da floresta amazônica e com a promoção do crescimento econômico e sustentável da região do entorno do Complexo Belo Monte.
