Há quase uma década, 195 nações se comprometeram com o Acordo de Paris.
Trata-se de um robusto plano de ação focado em mitigar as mudanças climáticas e construir um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
Apesar dos esforços, um relatório recente da ONU trouxe uma perspectiva desalentadora.
O relatório revelou que, mesmo em um cenário otimista, no qual todas as medidas sejam implementadas, o planeta deve aquecer entre 2,5°C e 2,9°C nos próximos anos.
Esse cenário aumenta a pressão por mudanças eficazes em diferentes frentes.
Isso destaca a importância da adoção de matrizes energéticas renováveis e menos prejudiciais ao meio ambiente.
Desafios e oportunidades na diversificação da matriz energética
No Brasil, a diversificação da matriz energética tem sido uma das principais prioridades para enfrentar os desafios ambientais e a crescente demanda por energia, especialmente nas áreas metropolitanas.
Com a urbanização acelerada, tornou-se urgente explorar fontes renováveis como energia solar, eólica, biomassa e biogás.
Essa medida visa reduzir as emissões de carbono, promover a independência energética e fortalecer a resiliência urbana nos grandes centros.
Aproveitando um contexto ambiental favorável, o país tem caminhado de forma significativa nesse aspecto nos últimos anos.
Atualmente, o Brasil está avançando rapidamente para uma matriz energética composta majoritariamente por fontes renováveis.
Segundo a Agência Internacional de Energia (AIE), estima-se que, até 2026, 95% do abastecimento energético brasileiro será proveniente de fontes renováveis.
Entre as principais fontes que estão moldando esse cenário positivo estão a energia eólica e solar.
Em 2023, essas duas fontes juntas contribuíram com mais de 25% da produção energética nacional pela primeira vez, de acordo com dados divulgados pela Ember.
Com uma expansão acelerada, a expectativa é que a geração combinada dessas fontes cresça impressionantes 50% entre 2022 e 2026, conforme projeções da AIE.
Além disso, soluções emergentes como a biomassa e o biogás também se destacam.
A biomassa já representa 19% da matriz energética e possui potencial para crescer ainda mais, aproveitando resíduos agrícolas e industriais.
O biogás, por sua vez, oferece uma oportunidade significativa para converter resíduos orgânicos em eletricidade, contribuindo para a redução das emissões de metano e promovendo a economia circular no país.
Apesar das perspectivas promissoras, a diversificação energética no Brasil enfrenta desafios consideráveis.
A principal dificuldade é a infraestrutura necessária para integrar as novas fontes ao sistema urbano.
A instalação de painéis solares e turbinas eólicas exige investimentos substanciais e adaptações nas estruturas e redes elétricas.
Diante desse cenário, será crucial implementar políticas públicas eficazes que incentivem a adoção de tecnologias renováveis e ofereçam suporte financeiro para projetos de geração distribuída.
Benefícios econômicos e ambientais da geração distribuída
Outro aspecto importante é a aceitação social e a conscientização sobre os benefícios das energias renováveis.
Programas educacionais e campanhas de sensibilização são fundamentais para aumentar o apoio público e promover a adoção dessas tecnologias em larga escala.
Além dos benefícios ambientais, a diversificação da matriz energética em áreas urbanas traz vantagens econômicas significativas.
O modelo de geração distribuída, por exemplo, é essencial para reduzir os custos de eletricidade para os consumidores, aumentar a resiliência das redes elétricas e gerar empregos no setor.
A independência energética também protege as cidades contra flutuações nos preços dos combustíveis fósseis e crises de abastecimento.
Em conclusão, a diversificação das fontes energéticas em áreas urbanas brasileiras tem sido uma estratégia vital para assegurar um futuro energético sustentável.
Ao continuar explorando o potencial das energias renováveis, o Brasil não apenas responde às demandas ambientais globais, mas também fortalece a segurança energética e a economia urbana, tornando as cidades mais resilientes e sustentáveis.
E o mundo agradece.
*Artigo escrito por Kim Lima, Diretor Comercial e Marketing da Evolua Energia, empresa especializada em gestão distribuída compartilhada.