A indústria de petróleo e gás natural está empenhada em contribuir com a transição energética, por meio de investimentos e pesquisas de novas tecnologias. No Brasil, as petrolíferas reunidas no Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) seguem a mesma trajetória, como afirmou a diretora-executiva Corporativa da entidade, Fernanda Delgado, em entrevista coletiva promovida pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), na segunda-feira (2/5), durante a Offshore Technology Conference (OTC), em Houston, nos Estados Unidos.
“Entendemos que o setor de petróleo e gás está incluído na transição energética. A indústria petrolífera pode prover as soluções para que a meta de reduzir a emissão de carbono seja atingida. Entendemos também que é preciso envolver a sociedade nessa discussão e o IBP trabalha para isso”, afirmou Delgado.
A diretora do IBP destacou também que “o setor não pode ser visto como vilão” e que a indústria produtora de petróleo e gás natural tem o importante papel de garantir o fornecimento de energia à população. Segundo a especialista, o acesso a diferentes fontes de geração ajuda os países a evitar crises de falta de suprimento.
Também presente à coletiva, o presidente do conselho de administração do IBP e diretor de Relacionamento Institucional e Sustentabilidade da Petrobras, Rafael Chaves, ressaltou ainda que o Brasil, com uma matriz energética mais limpa do que a da média do mundo e rico em recursos naturais, tem potencial para ser um relevante exportador de energia.
“Temos um mix de energia no Brasil muito importante. O gás natural, por exemplo, é uma fonte fundamental no processo de descarbonização da economia. Precisamos cuidar da transição energética e também das pessoas”, disse Chaves, acrescentando que a segurança do suprimento é uma questão que não pode sair do radar, mesmo no atual estágio, em que a contenção das emissões é uma preocupação global.
Já o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Rodolfo Saboia, destacou, no encontro com a imprensa, as oportunidades de investimento pela indústria petrolífera no Brasil. Saboia ressaltou a qualidade do pré-sal e a regularidade da realização de leilões, com destaque para o de oferta permanente, no qual as empresas informam previamente ao órgão regulador as suas áreas de interesse.
“O resultado do nosso último leilão de oferta permanente, no mês passado, excedeu nossas expectativas. Empresas independentes, de menor porte, estão sendo encorajadas a investir e continuamos a atrair o interesse de grandes companhias. Para este ano, estão previstos novos leilões, possivelmente, no pré-sal”, afirmou Saboia.
Heloísa Borges, diretora de Estudos do Petróleo, Gás e Biocombustíveis da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), chamou a atenção para a presença dos biocombustíveis no mercado brasileiro, o que, em sua opinião, coloca o país em posição de vantagem em relação aos demais países. Borges ressaltou também que “a indústria de óleo e gás é parte da estratégia de desenvolvimento econômico no Brasil”.
Apenas no Estado do Rio de Janeiro estão sendo investidos US$ 60 bilhões, segundo Raul Sanson, diretor da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). Ele lembra que 80% da produção de óleo e gás no país ocorrem na região, que os principais tomadores de decisão estão na capital fluminense – como a ANP e os escritórios das empresas petrolíferas – e que, no município de Macaé (RJ), está instalada uma parcela relevante da cadeia fornecedora do setor.
“A Firjan conta com uma equipe voltada para o setor de óleo e gás, que pode apoiar a indústria em questões ligadas à tecnologia, marcos legais e capacitação”, destacou Sanson.
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