Setores público e privado preparam Belém para a COP30

Obras de infraestrutura e capacitação de trabalhadores movimentam a cidade-sede do evento

Desde a confirmação de que Belém será a sede da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), em 2025, o estado do Pará e a capital têm investido para o aprimoramento da sua infraestrutura, de modo que possa receber com qualidade os milhares de visitantes de todo o mundo que desembarcarão na capital paraense para o maior evento sobre clima do planeta.

A Prefeitura de Belém se comprometeu a investir mais de R$ 1 bilhão em obras, como: o Parque Urbano São Joaquim – um corredor com linha verde e parque ambiental – primeiro do gênero da América Latina e a macrodrenagem da Bacia do Mata Fome, que vai beneficiar mais de 150 mil pessoas com novo saneamento nos bairros do Tapanã, São Clemente e Pratinha.

Para o governo estadual, o turismo sustentável é uma das prioridades. Investimentos em hospedagem, agências de viagens, restaurantes e a implantação de novos espaços já começaram a ser realizados, como o terminal da Ilha do Combu e o Parque Turístico e Ambiental, localizado no município de Marituba – região metropolitana de Belém.

Já o governo federal tem investido em obras voltadas para o desenvolvimento de atividades econômicas e do turismo na região, além de aumentar a geração de empregos formais em Belém.

Entre elas, estão a cessão da área do extinto Aeroporto Brigadeiro Protásio de Oliveira para o estado e o início das obras no Porto Futuro II.

Com o repasse de R$5 bi para o desenvolvimento da região, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai atuar como financiador de projetos sustentáveis, com destaque para o impulsionamento da bioeconomia e a renovação da frota de 1,3 mil ônibus que circulam na capital paraense. Os veículos movidos a combustíveis fósseis serão substituídos por ônibus elétricos.

Posicionamento da indústria

Como explica o gerente de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Davi Bontempo, a indústria brasileira também está se preparando para a COP30, especialmente no que se refere ao desenvolvimento de tecnologia e inovação.

Contudo, ele pontua alguns desafios enfrentados pelo setor. “Ela [a indústria] vem modernizando o seu parque industrial, mas necessita de financiamento para fazer a descarbonização, medida que custará R$40 bilhões, conforme levantamento da CNI. Num segundo momento, a gente precisa ter uma atenção especial à capacitação da força de trabalho da indústria brasileira para atuar na nova economia”.

A COP30 também gera expectativa nos representantes da indústria paraense. Para o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Pará (FIEPA), Alex Carvalho, o evento vai destacar o protagonismo da indústria nacional na transição para uma economia verde.

“Temos um momento único de trazer essa discussão para perto e de protagonizar uma transição justa. Fazer com que a indústria brasileira, a indústria da Amazônia, seja a solução e não o problema. Nós precisamos superar e enfrentar as adversidades, muitas delas advindas pela falta de infraestrutura adequada, que nos traz pouca competitividade nos âmbitos nacional e mundial”, ressalta.

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