Recentemente, Bruxelas propôs que, a partir de 2035, veículos que emitam CO2 não poderão ser vendidos e, consequentemente, gasolina, diesel, gás e híbridos também serão vetados como combustíveis.
A União Europeia (UE) já vem se posicionando fortemente para um mundo mais sustentável e vem exigindo esse mesmo posicionamento de outros países e empresas. Aliás, essa posição está se estendendo também para além das fronteiras europeias.
Outro exemplo expressivo foi uma das medidas adotadas: mecanismo de ajuste de fronteira de carbono. Essa medida vai precificar o carbono nas importações de produtos selecionados, como aço, alumínio, cimento e fertilizantes.
O propósito é, além de contribuir para um mundo mais limpo, alcançar o primeiro lugar na descarbonização do planeta. Essa “conquista” também tem um cunho político. A manutenção dos países que fazem parte da UE à frente da economia mundial irá garantir sua soberania e poder.
As duas medidas são uma alerta aos fabricantes europeus para que acelerem a adoção do carro elétrico, assim como para que as empresas de fora (como no Brasil) mudem seus critérios se quiserem continuar fazendo negócios na Europa.
O objetivo principal dos europeus é atingir a neutralidade climática até 2050. No entanto, isso só será possível se todos os países, ou a maioria que possui relacionamento com a UE, tiveram as mesmas atitudes.
O Brasil possui uma das fontes mais renováveis do mundo como já citado por especialistas na plataforma Full Energy algumas vezes. Porém isso não anula a responsabilidade de outros setores da economia em se comprometer com a questão ambiental.
Bárbara Rubim, CEO da Bright Strategies e vice-presidente da ABSOLAR, falou sobre a oportunidade que as medidas sustentáveis proporcionam para a própria economia no evento Energy Day em maio. Evento que o Grupo Mídia promoveu junto com a Full Energy.
“A questões climáticas tem levado os países a assumirem novos compromissos e isso deve trazer novas oportunidades econômicas tambpem, como acesso a crédito mais barato, ou novas oportunidades de expansão centralizada ou descentralizada para as fontes que a gente tem.”
Quem também já falou sobre a necessidade das empresas brasileiras se alinharem com essas tendências de maneira mais eficaz foi Dan Vermeer, professor da Fuqua School of Business – escola de negócios da Duke University – em uma entrevista exclusiva para Full Energy.
“As empresas de energia têm enorme poder, capacidade e influência para ajudar o mundo a se tornar mais sustentável. Em particular, elas podem ajudar a liderar a transição – tem escala e recursos para fazer a transição acontecer -; realinhar o engajamento político – devem apoiar as prioridades da sociedade e parar de intervir para retardar o progresso – e através disso orientar seus modelos de negócios para pensar como uma empresa de energia.”
Fica nítido, portanto, que as economias que não se alinharem com as medidas sustentáveis como – as europeias – estarão seriamente comprometidas.