A BMG Energia, do grupo mineiro BMG, está desenvolvendo um projeto de médio e longo prazo de energia fotovoltaica associada à produção de hidrogênio verde.
Localizado no Sudoeste de Bahia, o projeto visa a criação de um hub de geração de energia renovável e sustentável na região.
A iniciativa foi apresentada pelo diretor executivo da BMG Energia, Cláudio Semprine; pelo diretor de novos negócios, Caio David; e pelo diretor de relações institucionais do Grupo BMG, Jair Palma, ao secretário de Estado de Desenvolvimento Sustentável da Bahia, Angelo Almeida.
Com capacidade de produção de cerca de 12 giga watts de energia limpa por ano, o projeto está localizado em uma área estratégica do Estado – entre as rodovias BR-030 e BA-160 -, a 100km de Guanambi, e próximo à Ferrovia de Integração Oeste–Leste (FIOL), em construção.
A propriedade da fazenda fotovoltaica abrange três municípios: Sebastião Laranjeiras, Palmas de Monte Alto e Iuiu.
De acordo com Cláudio Semprine, a proposta é que seja criada uma zona industrial de geração, processamento e exportação de energia sustentável a partir da tecnologia fotovoltaica, para a produção de hidrogênio verde e, com isso, atrair indústrias à procura do selo verde, como a de fertilizantes, siderurgia e cimenteiras.
“Hoje, há uma série de indústrias que buscam adotar o uso de energia 100% renovável em seu negócio, buscando sustentabilidade das operações e valor agregado aos seus produtos. E é nisto que estamos apostando, não apenas uma planta de energia fotovoltaica. Vislumbramos um parque industrial completo, com indústrias que tenham o foco na sustentabilidade”, enfatiza.
Segundo o diretor de novos negócios do BMG Energia, Caio David, a escolha da Bahia vem de um contexto histórico.
“A área pertence ao Grupo BMG, que já operou nela com diversas grandes culturas agrícolas, exceto o cacau. Já cultivamos milho, algodão, grãos e atuamos na pecuária. Isso evidencia nossa proximidade e aptidão para o desenvolvimento de negócios ao longo da história. Estamos falando de mais de 40 anos de relacionamento do BMG com o Estado da Bahia, o que demonstra uma sinergia e um ambiente favorável ao desenvolvimento de negócios”, diz David.
Proposta inovadora
Um dos diferenciais da proposta é dividir o projeto em microlotes.
Segundo Semprine, um projeto desta magnitude, numa área de 20 mil hectares, tem um valor de investimento muito elevado e há ausência de infraestrutura para ser executado de uma só vez.
“Acreditamos que para estar 100% com sua capacidade operando, serão necessários de 10 a 12 anos. Por isso, para viabilizar a ideia, dividimos a proposta em 268 micro projetos – de 45 mega watts cada -, possibilitando que a implementação seja feita por fases, de acordo com a necessidade do parceiro”, explica o executivo da BMG Energia.
O projeto hub de energia verde começou a ser pensado nos idos de 2019/2020, quando o Grupo BMG deu início a prospecções de viabilidade de instalar uma planta eólica no Sudoeste baiano.
Naquele momento, foi constatado que os ventos não eram suficientes, mas que a incidência solar era muito promissora.
“Percebemos que um projeto de energia solar fotovoltaica seria aderente a esta região com alta concentração de insolação. Em 2021, após dois anos de medição, apuramos via certificação oficial, que a área tinha capacidade para gerar até 11.6 giga watts de energia. Em 2022, demos início aos processos de pedido de licenciamento ambiental aos órgãos competentes da Bahia”, comenta Cláudio Semprine.
Estrutura
O projeto apresenta três pontos relevantes para o setor elétrico: alta capacidade de produção de energia limpa, viabilidade ambiental e conexão para escoar a energia produzida.
Segundo o diretor executivo da BMG Energia, três linhas de 500kV cruzam a área do projeto, sendo duas em fase de construção, que vão de Bom Jesus da Lapa (BA) até Jaíba (MG); e uma terceira linha já existente, de 300 quilômetros, que vai até Janaúba, no Norte de Minas .
“Com essas três linhas de transmissão de 500kV, poderemos escoar o que for produzido pelo empreendimento, instalando subestações através do seccionamento destas linhas, ou seja, parte do grande investimento para o projeto se tornar realidade já existe ou está em andamento. Estamos na anuência final do projeto arqueológico da região e com o pré-projeto de engenharia pronto. A região tem alta disponibilidade hídrica; o projeto que estamos apresentando é no formato modular, ou seja, pode ser construído por etapas; a logística é facilitada; e é uma oportunidade que nos conectará ao sistema elétrico nacional. É um empreendimento que deverá integrar e desenvolver esta região do país, por meio de uma planta de energia 100% sustentável e limpa”, acrescenta Semprine.