O setor elétrico está diferente. Abertura de mercado, recursos energéticos distribuídos (REDs), smart metering, descentralização, descarbonização, digitalização, desburocratização, entre outros temas, fazem parte de qualquer mesa de debates.
A abertura de mercado já está estabelecida até 2023, por meio da Portaria nº 465/19 do MME. Resta saber – e avaliar impactos – sobre quais serão os próximos passos dessa agenda.
Ademais, o mundo está observando uma nova onda de reestruturação no setor elétrico, condicionada pela chegada da chamada transição energética. Esta ampla transformação é caracterizada pela atuação de um conjunto de fatores interconectados que se retroalimentam.
É o caso da difusão dos REDs. O mais conhecido e difundido no Brasil é a Geração Distribuída (GD). Segundo a ANEEL, a GD já representa 11,6 GW de potência instalada, cerca de 6% da toda potência instalada no Brasil, e a imensa maioria é por meio da fonte solar, com painéis fotovoltaicos.
Resposta da Demanda (RD), Veículos Elétricos (VE), Armazenamento Distribuído (AD), Eficiência Energética (EE), microrredes e Usinas Virtuais (UV) são outros exemplos. Vislumbramos, portanto, um futuro com disseminação de oferta de energia descentralizada e ambientalmente sustentável.
E como não citar a questão da digitalização e crescente conectividade de consumidores, proporcionada pela expansão de redes e medição inteligentes (smart grids e smart meters) capazes de elevar enormemente a eficiência e a qualidade do serviço aos consumidores finais?
O importante é observarmos que essas questões alterarão profundamente a forma de funcionamento do sistema de distribuição de energia elétrica, trazendo inversões e flutuações de fluxos de potência nunca verificados. Há muito a se discutir para que essa transição se dê de forma sustentável.
Por Marcos Madureira, presidente da Associação Brasileira de Energia Elétrica – ABRADEE. Lindemberg Reis, gerente de Planejamento e Inteligência de Mercado da Associação Brasileira de Energia Elétrica – ABRADEE
*Artigo publicado na edição 42º da Full Energy. Clique aqui e leia essa edição na íntegra