Apaixonado por contabilidade, ainda que contra a vontade do pai que almejava a carreira de Engenheiro para o filho, Anderson Dutra, sócio da KPMG, líder do setor de Energia e Recursos Naturais, seguiu seu coração e formou-se Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Foi na Universidade que Dutra teve o seu primeiro contato com grandes empresas de auditoria e consultoria, dentre elas a KPMG. A partir disso, seu foco era entrar nessas grandes empresas.
Isso aconteceu em 2000, quando Anderson Dutra passou a integrar o time da KPMG. O líder conta que o que mais brilhou aos olhos foi a diversidade no portfólio da companhia e a oportunidade de trabalhar com grandes clientes.
Na companhia o que também chamou atenção de Dutra foi a atividade extrativista.
“Foi muito marcante para mim a primeira vez que visitei uma empresa de mineração. Fiquei encantado e percebi que era aquilo que eu queria fazer o resto da minha vida.”
Nesses 22 anos de companhia, o líder relembra diversos momentos marcantes, como quando foi promovido a gerente. “Eu tinha cinco anos de escritório quando o sócio líder me disse que eu tinha uma grande oportunidade de ser promovido, porém eu tinha que definitivamente aprender o idioma inglês para essa guinada profissional.”
Foi quando a KPMG ofereceu a Dutra um pacote de estudos de inglês por dois meses, em Vancouver, no Canadá. “Esse investimento da empresa em meu desenvolvimento profissional me fez perceber o quanto a KPMG acreditava em mim. Isso foi muito gratificante.”
Outro momento marcante para Dutra foi quando a empresa ganhou a conta da Petrobras. “Foi um trabalho de dimensão incrível, em que pude participar da gestão do projeto.”
Ainda no setor da indústria de petróleo, o executivo passou dois anos na Holanda para obter mais conhecimentos sobre o setor.
Dutra também lembra de quando deixou de ser funcionário e passou a ser sócio da empresa. “Na época, um sócio me disse que pouca coisa iria mudar no meu dia a dia, mas que a partir daquele momento eu tinha que acordar pensando que a empresa precisa pagar salário, desenvolver profissionais, ajudar os clientes. Foi uma transição difícil, ao longo de um ano, mas eu tive muito apoio de outros sócios.”
Liderança por meio de exemplos
O executivo da KPMG sempre se inspirou foi por meio de exemplos. “Busco dar exemplos com atitudes, para que os profissionais a minha volta se inspirem, me olhem como líder e não como um chefe ou apenas um profissional superior.”
Sobre a sua visão da matriz energética, Dutra afirma que temos que ter orgulho do posicionamento brasileiro perante os demais países. “Segundo os últimos dados da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), nossa matriz é 48% renovável. Temos muito potencial na energia solar e eólica, além de desenvolver negócios de Gás”, afirma.
“Caminhamos também em um forte processo de modernização de todo o setor elétrico, com processo forte de privatização e as empresas começam a buscar, cada vez mais, a eficiência para atuar nesse setor.”
Sobre a conjuntura global, Dutra pontua que o preço do barril e a situação que que vivemos hoje favorecem o desenvolvimento de tecnologias renováveis. “É nesse contexto que o debate sobre fontes alternativas como o hidrogênio ganha força. Vemos a força que as startups vêm ganhando ao oferecer tecnologias inovadoras que vão desde a captura de carbono até, de fato, a uma solução para tornar a energia gerada do hidrogênio verde mais competitiva.”
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