A Auren Energia (B3: AURE3) anuncia hoje a combinação de negócio com a AES Brasil. Com a incorporação, a Auren se torna a terceira maior geradora de energia no país.
A empresa combinada terá 39 ativos operacionais e em construção. A receita líquida das duas empresas chega a R$ 9,6 bilhões, um aumento de 55% sobre o faturamento da Auren. O EBITDA Ajustado da companhia passará do atual R$ 1,8 bilhão para R$ 3,5 bilhões. Os cálculos têm como base os números de 2023.
Os acionistas da AES Brasil terão três opções para a conclusão da transação: a conversão quase total de suas ações em papéis da empresa combinada, a conversão de suas ações em caixa e uma opção intermediária. A relação de troca equivale a 0,762 ação da AES Brasil para cada ação da Auren.
A transação será submetida à aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), e a expectativa é que seja concluída no segundo semestre de 2024.
“Desde a criação da Auren, em março de 2022, analisamos detalhadamente o mercado em busca de oportunidades de crescimento por meio de fusões e aquisições. Das mais de duas dezenas de processos que a companhia avaliou neste período, nenhum apresentou tanta sinergia, alinhamento estratégico e potencial transformacional para a Auren quanto a AES Brasil”, diz Fabio Zanfelice, CEO da Auren.
“Temos um histórico reconhecido de criação de valor por meio de aquisições e gestão, a combinação de ativos e competências de Auren e AES Brasil criará a mais completa plataforma renovável do setor elétrico brasileiro e inúmeras oportunidades de criação de valor para nossos acionistas”.
A transação consolida a Auren como uma das maiores geradoras de energia renovável do país, com uma capacidade total de 8,8 GW.
Já em 2024, projetos em execução aumentarão a capacidade da companhia combinada em aproximadamente 700MW, com efeito imediato em sua geração de caixa.
A AES Brasil tem 25 ativos de geração de energia instalados ou em implantação, com uma capacidade total de 5,2 GW. Em 2023, sua receita líquida foi de R$ 3,4 bilhões e seu EBITDA somou R$ 1,7 bilhão.
A combinação de ativos cria a oportunidade de captura de sinergias expressivas. Entre elas, a otimização de processos corporativos, que reduzirá as despesas administrativas da empresa combinada. O valor presente dessas sinergias é estimado em R$ 1,2 bilhão, além de sinergias financeiras e operacionais.
Com a transação, a Auren fortalece a sua liderança já consagrada no segmento de comercialização de energia. No total, serão 4,1 GW médios de energia comercializados, equivalente a mais de 5% do consumo total do país.
Finalmente, a combinação de negócios faz com que a Auren tenha um portfólio ainda mais diversificado, robusto e resiliente, com fontes de energia complementares. Com a transação, a Auren terá um parque gerador com uma das melhores e mais diversificadas combinações de fontes renováveis do país, com a distribuição de sua capacidade em geração hidrelétrica (54%), geração eólica (36%) e geração solar (10%).
Histórico de geração de valor no setor elétrico
A Auren tem um longo histórico de crescimento e geração de valor no setor elétrico. Em 2017, Votorantim Energia e CPP Investments criaram uma joint-venture para investir no setor, tanto em projetos greenfield quanto por meio de aquisições.
Em 2018, adquiriram o controle da CESP, iniciando ali um bem-sucedido processo de revitalização que aumentou a eficiência da companhia, reduzindo despesas em 22% em seu primeiro ano pós privatização, diminuindo significativamente seu passivo jurídico contencioso e levando a uma valorização das ações de 103% em quatro anos.
Em 2022, Votorantim e CPP Investments propuseram a consolidação de seus ativos de energia numa só empresa, processo reconhecido pelo mercado pela transparência e por ter seguido os mais rígidos padrões de governança corporativa e que culminou na criação da Auren.
A nova companhia manteve inalterado seu propósito baseado em compromisso de longo prazo, capacidade de gestão, disciplina financeira e retorno aos acionistas. Nos últimos dois anos, a Auren distribuiu R$ 3,7 bilhões em dividendos ao mesmo tempo em que investia em seu crescimento.
A empresa encerrou 2023 com R$ 3,2 bilhões em caixa, um rating AAA conferido pela agência Fitch e já conta com financiamento contratado para suportar a transação.