Consumidores do setor elétrico brasileiro com demanda igual ou superior a 500 kilowatts (kW), como as indústrias e os shoppings, podem negociar a compra da energia elétrica diretamente com as comercializadoras. Hoje, existe 70 mil unidades consumidoras que estão habilitadas a fazer essa transição — do Mercado Cativo, regulado por concessionárias locais de energia, para o Livre.
O motivador para tal decisão seria a redução drástica dos custos com energia. Estamos falando de uma possibilidade de economia financeira de até 40%. Mas, por que, diante de uma vantagem tão expressiva, as unidades não migram para o Mercado Livre? Ainda falta conhecimento sobre como fazer essa transição. Abaixo, exploramos três passos para auxiliar nessa decisão.
1 – Estudo de viabilidade — o percentual de economia é o fator decisório para empresas optarem pela migração. O conhecimento sobre esse indicador se dá por meio de um estudo técnico e gratuito, realizado por comercializadoras do Mercado Livre.
2 – Rescisão do Contrato — após a decisão pela migração, baseada no estudo de viabilidade, é necessário reincidir o contrato com a fornecedora atual de energia, ou seja, a distribuidora local, com antecedência de seis meses sobre a data a qual deseja-se realizar a transição de fornecimento. Mas, atenção: a relação com a distribuidora permanece a mesma, ela continuará entregando a energia, a troca de fornecedor é apenas contratual.
3 – Gestão consultiva — embora as distribuidoras exijam 180 dias de aviso prévio para a rescisão do contrato de energia, a recomendação é que a virada de chave para o Mercado Livre seja calculada com um ano de antecedência. Este período é importante para o bom planejamento relativo às mudanças.
Esse processo é essencial para identificar o perfil de consumo da unidade e, dessa forma, adequá-lo às possibilidades oferecidas, como a definição da demanda contratada, a quantidade de energia comprada, a consideração de uma possível expansão e de sazonalidade, tipo de fonte (solar, eólica, hídrica etc), a compatibilidade do sistema de medição e faturamento, as garantias envolvidas, a seleção dos fornecedores mais adequados, os melhores momentos de compra de energia e a gestão dos custos relativos à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) – órgão que viabiliza a comercialização de energia elétrica no ambiente livre.
Contratar energia no Mercado Livre pode parecer complexo, por isso mais de 91% das empresas que hoje participam desse mercado contratam uma consultoria em energia para lidar com todo o processo.
Isso porque, quando analisamos o Mercado Cativo, existe apenas o relacionamento com a distribuidora, contando com uma única fatura, que contempla três componentes principais: o custo de distribuição, o custo com energia e os encargos setoriais.
Já no Mercado Livre, o consumidor contará com três relacionamentos, cada um cobrando sua parcela, ou seja, a própria distribuidora, o fornecedor de energia e a CCEE, além da empresa consultora em energia, cuja contratação é opcional. Mas, na soma dos custos independentes, de certo o valor deve ser menor que a fatura única da distribuidora.
*Artigo escrito por Luciano de Albuquerque, diretor de operações e novos negócios do Grupo Ideal Energia
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