INEL integra GT Interministerial para desenvolver mercado de Hidrogênio Verde

Instituto propôs criação de grupo de trabalho com MDIC e MME para acelerar a atração de investimentos e aproveitar potencial desta fonte de energia renovável no Brasil

O presidente do INEL (Instituto Nacional de Energia Limpa), Heber Galarce e o Secretário de Hidrogênio Verde, Frederico Freitas se reuniram na última quarta-feira (15) com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) , Geraldo Alckmin (PSB) e com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD/MG) para debater uma agenda de desenvolvimento do Hidrogênio Verde no Brasil.

Nas reuniões com os ministros, foi acertada a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial (GT), com participação das duas pastas e com apoio e participação do INEL, que foi responsável por toda a articulação com Governo para a criação do GT.

O Grupo de Trabalho ficará sob o guarda-chuva da Secretaria de Planejamento e Transição Energética do MME, coordenada pelo secretário Thiago Barral. Participaram também das agendas, o presidente da Frente Parlamentar de Energia Limpa e Sustentável, deputado Lafayette de Andrada (Republicanos-MG), o deputado Rubens Otoni (PT-GO) e o deputado estadual de Minas Gerais, Gil Pereira, além de representantes de empresas do setor privado que farão parte do GT e que compõem a Secretaria de Hidrogênio Verde do INEL (SHV).

O objetivo do colegiado criado é ampliar o debate, ajudar o governo com subsídios para a tomada de decisões sobre as melhores estratégias para desenvolver o mercado de Hidrogênio Verde no Brasil. O Secretário de Hidrogênio Verde do INEL,

Frederico Freitas explica que os encontros com líderes do Governo Federal ligados ao setor de energia serviram também para elencar pontos de atenção e potenciais aceleradores de investimentos no Brasil voltados para desenvolvimento do Hidrogênio Verde e construir uma agenda positiva e ativa, com a participação do setor de energia limpa, em prol deste novo mercado, em franca ascensão no mundo.

“A iniciativa do INEL visa promover entendimentos com novo governo para o incremento do mercado, que gera grande expectativa por parte do setor privado. Apenas a Carteira de Projetos de Hidrogênio Verde já anunciados no Brasil atingem o montante de US$ 30 Bilhões. A nossa previsão é este número tenha um incremento significativo em 2023”, analisa

O INEL criou a Secretaria de Hidrogênio Verde (SHV), coordenada por Freitas, por entender o potencial desse vetor energético no país e a necessidade de transformar essa vocação em resultados para o setor de energia limpa e para setor elétrico em geral.

Nas reuniões com os ministros, Freitas apresentou os trabalhos da Secretaria de Hidrogênio Verde, com ações que buscam a convergência setorial e hoje contam com participação de empresas nacionais e internacionais de grande porte.

Somente os projetos das empresas que integram o Grupo de Trabalho do INEL para Hidrogênio Verde demandarão números expressivos, como mais de 15 GW de novas Usinas de Energias Renováveis; mais de 8 Milhões de Módulos Fotovoltaicos Instalados; mais de 1.500 Aerogeradores Eólicos; mais de 60 TWh por ano de produção de Energia Elétrica; e mais de 1.200 Km de novas Linhas de Transmissão de Energia Elétrica.

“A meta das empresas que fazem parte da Secretaria de Hidrogênio Verde do INEL é a produção de 1,5 Milhão de toneladas de Hidrogênio Verde por ano no Brasil”, destaca Freitas.

De acordo com o secretário, a SHV do INEL reúne os principais players do mercado com intuito de promover a atração de investimentos para o país, com foco em projetos ligados a essa fonte renovável.

A atuação das empresas que compõem a Secretaria do INEL é importante para que o país acompanhe e contribua para curva de crescimento ascendente deste mercado em todo o mundo.

Segundo o relatório Global Hydrogen Flows, produzido pelo Hydrogen Council, entidade que reúne CEOs de 132 Empresas Globais do Setor Energético, em parceria com a Consultoria Internacional McKinsey & Company, o mundo demandará, em 2050, 660 Milhões de Toneladas de Hidrogênio Verde por ano.

Apoio ministerial

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira afirmou que vê com bons olhos a criação do GT com participação do INEL e principais players do setor e que trabalho conjunto poderá dar rápidas respostas sobre desenvolvimento do H2V no Brasil.

“A criação do GT contribuirá muito com ideias, sugestões do INEL e do setor privado para apontar caminhos para que Brasil se torne, o mais rápido possível, protagonista no tema do Hidrogênio Verde no mundo. Vejo com confiança e otimismo esse trabalho permanente do grupo de trabalho”, ressaltou Silveira.

Já o vice-presidente da República e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin destacou o potencial do Brasil para esse mercado e ressaltou que é uma agenda prioritária do Governo. Alckmin lembrou que o MDIC criou uma secretaria específica para descarbonização e bioeconomia.

Para ele, o trabalho do GT, com as duas pastas e a aliança com setor privado, por meio do INEL, será importante para aproveitamento do potencial brasileiro em Hidrogênio Verde.

“Temos um potencial enorme e o tema é uma prioridade absoluta. Energia, sustentabilidade, competitividade, emprego, atração de investimento, desenvolvimento. O GT proporciona a melhor combinação – o setor produtivo, a sociedade civil organizada e o governo.  Esse tripé é muito importante.”, afirmou.

Segundo o presidente do INEL, Heber Galarce a atuação do instituto junto ao novo Governo visa fomentar uma construção conjunta de incentivos com os ministérios para a viabilização do mercado de Hidrogênio.

“A criação do GT é um aceno positivo do Governo para discutirmos com qualidade técnica e de forma permanente essa agenda fundamental. Trata-se uma grande oportunidade única para indústria de H2V no país”, disse.

Galarce lembra que a análise da SHV aponta que, para alcançar esse objetivo, é preciso uma infraestrutura elétrica robusta, resiliente e com custos competitivos, capaz de prover altíssimas capacidades energéticas para produção de Hidrogênio Verde.

É necessário infraestrutura para o escoamento da produção, como Redes de Gasodutos, domínio tecnológico para a Produção Nacional de Equipamentos e uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos no Brasil, além de investir na indústria da sustentabilidade brasileira.

Para ele, é fundamental o desenvolvimento do hidrogênio sustentável no país. Isso depende de medidas estruturantes entre as quais a elaboração de uma política industrial que impulsione a produção de equipamentos e a prestação de serviços com incentivos ao financiamento para descarbonizar setores e segmentos potencialmente competitivos.

“Com essa aproximação e interlocução com o INEL, representando o setor de energia limpa, e recentes ações voltadas para essa fonte renovável, podemos dizer que o Hidrogênio Verde está na ordem do dia da agenda do Poder Executivo. Com isso, o Brasil segue a tendência de boas práticas internacionais, já que a Europa e os EUA lançaram estratégias e um vasto plano de incentivos para o surgimento desta indústria”, conclui.

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