“O papel do setor de energia na conquista de cidades zero carbono”, por Franceli Jodas e Anderson Dutra

À medida que as cidades se encaminham para o carbono zero, as empresas de energia têm a melhor oportunidade de contribuir para esse objetivo, fornecendo-lhes soluções energéticas descarbonizadas.

O caminho da humanidade na busca por uma economia de carbono neutro inevitalmente depende das cidades. Mais da metade das pessoas vive em áreas urbanas, uma proporção que deve subir para dois terços até 2050.

Embora as cidades ocupem apenas 3% da área terrestre da Terra,  elas produzem mais de três quartos das emissões de gases de efeito estufa e usam mais de três quartos dos recursos naturais. 

Mas as cidades também são centros de governo e de negócios, que sempre tiveram a capacidade de inovar e mudar.

As cidades tendem a ser mais densamente povoadas e são importantes ativos para investimentos, o que as tornam ideais para experimentação e demonstração de projetos de descarbonização que dependem de redes de serviços públicos eficientes e flexíveis.

O setor de energia e serviços públicos tem um papel crítico na ajuda às cidades para que elas conquistem o status de carbono neutro. Usando essas habilidades, elas podem levar o resto do mundo em direção a descarbonização.

À medida que as cidades se encaminham para o carbono zero, as empresas de energia têm a melhor oportunidade de contribuir para esse objetivo, fornecendo-lhes soluções energéticas descarbonizadas.

Várias fontes de alternativas de energia estão disponíveis para substituir os combustíveis fósseis, incluindo energias renováveis, redes de calor, hidrogênio e energia nuclear.

Como um custo-benefício e uma maneira mais rápida de construir um reator nuclear, pequenos reatores modulares podem ajudar a substituir usinas a carvão.

Algumas empresas de energia já se comprometeram com mudanças significativas. A fornecedora norte-americana, Xcel Energy, anunciou uma série de metas de descarbonização que abrangem eletricidade, transporte e gás natural, a serem alcançadas em parte através do hidrogênio e do gás natural renovável.

Recentemente, a empresa definiu um objetivo geral de se tornar carbono neutro zero até 2050, com metas intermediárias de redução, incluindo um corte de 80% em emissões de gás natural até 2030. 

Com a transição do hidrogênio em andamento, empresas de todo o mundo estão repensando como transportam, distribuem e armazenam hidrogênio.

Além disso, eles estão pesquisando como tornar a produção de energia mais sustentável, incluindo as fontes de combustível utilizadas para a eletrólise e a mistura de combustíveis.

Hoje, os investimentos em hidrogênio estão focados principalmente nos setores portuário e industrial, embora os veículos movidos a hidrogênio também estejam sendo testados em ambientes urbanos.

Um programa da União Europeia chamado Important Projects of Common European Interest (IPCEI) apoia tecnologias e projetos estratégicos fundamentais, como a produção de hidrogênio e baterias. 

Por meio desses programas, financiamentos e outros recursos são disponibilizados para promover o desenvolvimento e a implantação de tecnologias destinadas a acelerar a transição da UE para uma economia de baixo carbono.

As concessionárias de água podem melhorar a eficiência energética dos equipamentos e promover conservação da água através da educação e incentivos para um uso mais eficiente. Elas também têm oportunidades de gerar sua energia e se tornar mais eficientes.

Ao modernizar a infraestrutura, as empresas de energia podem ajudar os clientes a se tornarem mais eficientes em termos de energia e desperdiçarem menos.

O setor pode desenvolver produtos e serviços que irão remodelar os mercados futuros, alavancando os ecossistemas urbanos.

Isso é particularmente importante, uma vez que as concessionárias devem considerar investimentos que duram décadas, já que os projetos e investimentos de hoje provavelmente serão executados até e após 2050.

À medida que o setor adota um futuro de baixo carbono, investe em inovação e faz parcerias com as comunidades, é possível ajudar as cidades a criarem um futuro sustentável e alcançar as metas de carbono zero das empresas.

** Artigo escrito por Franceli Jodas, Global Head of Power & Utilities da KPMG, e Anderson Dutra, Business Consulting Partner; Regional Consulting Leader da KPMG.

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