Page 21 - Full Energy - Edição 43
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1 - De acordo com o estudo divulgado pelo Ins-
             tituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em
             agosto de 2021, o Brasil é o líder no processo de
             transição energética entre os países do BRICS,
             com cerca de 45% da energia renovável produzida
             por toda a matriz energética nacional. Como você
             avalia a atual Transição Energética (TE) no país?


              O Brasil é referência internacional em transição ener-
             gética, porque, enquanto China, Índia e África do Sul
             têm o desafio de descarbonizar matrizes energéticas
             com predominância do carvão, as fontes renováveis
             são abundantes na energia brasileira, como no caso
             da matriz elétrica, em que a participação de fontes re-
             nováveis excede 80% da capacidade instalada.
              Além do histórico de aproveitamento dos recursos
             hídricos, o setor elétrico expandiu a participação re-
             novável  por  meio  de  políticas  de  incentivo,  como  o
             PROINFA,  que  alavancaram  o  desenvolvimento  da
             geração eólica e solar nas últimas décadas.
              A revitalização dos programas de combustíveis re-
             nováveis,  como  etanol  e  biodiesel,  e  a  definição  de
             percentuais de mistura aos derivados do petróleo, em
             conjunto à ampliação da frota de veículos bicombus-
             tíveis e, mais recentemente, à criação de um mercado
             de carbono vinculado aos biocombustíveis (programa
             Renovabio) reforçou o protagonismo do Brasil no pro-
             cesso de transição entre os países do BRICS. Dessa
             forma, o Brasil pode ser considerado um líder em tran-
             sição  energética,  pois  ocupa  uma  posição  almejada
             por demais países.
              Para além da participação de energias renováveis, a tran-
             sição para uma economia de baixo carbono também re-
             quer avanços regulatórios, investimentos em infraestru-
             tura, e apoio público e privado em projetos de pesquisa,
             desenvolvimento e inovação para preparar o país para tec-
             nologias emergentes, sendo elas: eletrificação das frotas,
             biocombustíveis avançados, hidrogênio renovável, arma-
             zenamento de energia, digitalização dos processos produ-
             tivos, eficiência energética, entre outros.
              Assim, apesar da extensa participação de fontes reno-
             váveis na matriz energética, o Brasil não pode se apartar
             da transição como um processo já superado. Pelo con-
             trário, é uma oportunidade para apresentar soluções aos
             desafios tecnológicos e energéticos que cercam o mun-
             do e, assim, manter-se na vanguarda da transição.




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