O Governo Federal, por meio do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético (SPE), divulgou no final de fevereiro um informe técnico que demonstra o avanço das fontes eólica e solar no Nordeste do país.
Segundo o informe, a energia eólica e a solar somaram 45,5% na matriz de geração de 2020 e, pela primeira vez, transformaram a região de importadora para exportadora líquida de energia elétrica. A nova configuração da geração no Brasil modificou os intercâmbios entre estados e regiões, proporcionando maior diversidade de soluções de suprimento.
André Cavalcanti, CEO da companhia Elétron Energy, ressalta a importância desse crescimento.
“Há uma grande importância social e também econômica na democratização do acesso à energia limpa em nosso país.
Além disso, o progresso das fontes limpas impacta positivamente na preservação do planeta, que vive um momento crucial em relação a repensar a forma de consumo”, explica Cavalcanti.
Com o percentual atingido, as fontes ultrapassam a matriz energética hidráulica, que segundo o informe alcançou 32,9% no mesmo período.
Expansão das matrizes limpas
No século 20, a expansão hidrelétrica ocorreu prioritariamente nas regiões Sudeste e Sul, que responderam por quase 70% da geração hidráulica do Brasil ao final de 2000. Em 2020, o indicador nesses locais já recuou para 48%, conforme dados do Ministério de Minas e Energia.
Por outro lado, há a expansão das matrizes limpas. A seca enfrentada no país em 2021 mostra que o caminho para uma matriz de geração menos dependente da hidráulica é fundamental. “Existe um potencial gigantesco a ser desbravado quando falamos de energia solar, por exemplo. Mesmo considerando o Marco Legal da Geração Distribuída, sancionado pelo Governo Federal no início de janeiro de 2022 – a energia solar permanece como alternativa muito mais econômica e melhor para o meio ambiente”, ressalta André.
As usinas solares de grande porte são a sexta maior fonte de geração de energia do Brasil e sua geração é até dez vezes mais barata do que as fontes elétricas, considerando sobretudo os constantes aumentos tarifários.
Até 2025, a Aneel estima que os investimentos totais previstos nesse tipo de geração são de R$ 25,8 bilhões.
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