Infraestrutura tecnológica para pavimentar a expansão do ACL

"Com a ampliação do mercado, esse segmento poderá crescer ainda mais, para isso, precisa de infraestrutura tecnológica e ambiente preparado para abrigar essas operações"

Há mais de uma década, o Mercado Livre de Energia conta com relevante avanço. Grandes agentes do setor se reuniram para criar uma empresa, a BBCE, que proveria a plataforma de negociação do Ambiente de Contratação Livre (ACL).

Até então, a totalidade das operações acontecia por telefone e a migração à tela parecia distante. Sabia-se que o Mercado Livre e as negociações eletrônicas se desenvolviam em todo mundo, a exemplo dos Estados Unidos, Alemanha e Noruega. Contudo, o caminho no Brasil era árduo.

Era necessário iniciar tudo do zero: expertise, tecnologia, práticas, regulação e migrar para a tela operações que ocorriam no telefone, e-mail ou até mesmo presencialmente.

O Mercado Livre de Energia é de atacado, somente grandes empresas acessam, já que é preciso ter demanda superior a 500 KW para se tornar um consumidor livre ou especial.

A partir do próximo ano, o mercado dará um passo importante e consumidores do grupo A, conectados em alta tensão com uma demanda inferior a 500 KW, também estarão aptos para participar do Mercado Livre.

Isso será feito por intermédio de um comercializador varejista que deverá representar esses novos 106 mil consumidores em potencial na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

Para um mercado em constante evolução e crescimento, é muito importante o desenvolvimento de novas ferramentas, como a negociação em tela. Os negócios em plataforma são mais transparentes, ágeis e mais facilmente regulados.

Dentre outras diversas vantagens, estão soluções automatizadas de integração em sistemas e automações de processos. Como exemplo de mercados que passaram por esses avanços, podemos citar derivativos cambiais e ações.

Quem se lembra dos pregões de bolsa em que os operadores gritavam negociando com outras corretoras enquanto recebiam ordens de compra e venda por telefone?

Como ocorreu em diversos cases de negociação de ativos no mundo, a solução para as negociações eletrônicas veio do mercado.

Era natural que os próprios players se unissem para criar a sua infraestrutura e que uma ferramenta ágil trouxesse cada vez mais liquidez e aumentasse o volume de negociação.

Com o mercado de energia no Brasil não foi diferente, o ecossistema dos negócios do setor atingiu, em 2016, 3 milhões de MWh/ano.

Em 2017, outra grande marca de consolidação do segmento: a plataforma da BBCE contribuiu com a movimentação de um volume sete vezes maior do que em 2016. Em 2018, novo recorde: a liquidez duplicou em um semestre.

Essa iniciativa, que já nasceu grande pelos investidores que possui, se expandiu para todo o mercado, atingindo os mais diversos agentes do setor elétrico no Brasil.

O mercado, definitivamente, estava ali, crescendo, ganhando força e migrando do telefone para a tela.

Atualmente, cerca de 300 empresas e 3 mil traders operam no EHUB, plataforma multisserviços da BBCE.

No ano passado, já eram aproximadamente 270 mil GWh, divididos em 48 mil contratos e R$ 35 bilhões em volume financeiro. Estamos falando que um terço das operações registradas na CCEE passaram pelos ambientes eletrônicos da BBCE.

Em se tratando das operações das comercializadoras de energia e agentes que trazem mais liquidez para o mercado, estamos falando de um market share ainda maior, cerca de 60% das operações passam pela BBCE.

Com a ampliação do mercado, esse segmento poderá crescer ainda mais, para isso, precisa de infraestrutura tecnológica e ambiente preparado para abrigar essas operações.

O EHUB, que faz agora aniversário e foi lançado em agosto do ano passado, está preparado para essa missão e viabiliza soluções sob medida para as mais diversas operações.

Das tradicionais ofertas em tela às formalizações pela BBCE Boleta Eletrônica, passando por leilões e ofertas iceberg, com integração com sistemas das empresas clientes e soluções para pré e pós-trading.

Não existe, hoje, ampliação de mercado com segurança e sustentabilidade sem uma solução tecnológica robusta.

E hoje o Mercado Livre tem à disposição um ambiente cada vez mais completo, peça essencial para a próxima etapa de evolução do setor.

** Artigo escrito por Marcelo Bianchini, gerente de Produtos, Comunicação e Marketing da BBCE, e Lucas Fassina, assistente de Produtos da BBCE

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