Nova planta de hidrogênio e amônia verde no Ceará terá capacidade de até 2,4 GW de eletrólise

Com operação prevista para 2026, a unidade terá capacidade de até 2,4 GW de eletrólise para produção de mais de mil toneladas de hidrogênio

A primeira fase de operação da nova planta de produção de hidrogênio e amônia verde está prevista para 2026.

Ela será implantada em uma área de 60 hectares, na Zona de Processamento de Exportação do Ceará (ZPE Ceará). 

Em dezembro do ano passado, a Casa dos Ventos e a Comerc Eficiência assinaram um pré-contrato com o Complexo Portuário do Pecém (CIPP), no Ceará, para a instalação da unidade fabril. 

Segundo o presidente da Comerc Eficiência, Marcel Haratz, o Brasil tem muito potencial para se tornar um grande player de hidrogênio verde.

“As plantas de hidrogênio têm um grande potencial para criação de novos postos de trabalho nas regiões onde são implantadas. Estudo recente feito pela Comerc e pela Casa dos Ventos mostra que uma planta de grande porte, com capacidade de 2,4 GW de eletrólise, poderia gerar até 25,6 mil postos de trabalho diretos e indiretos durante toda a cadeia de implantação”, elucidou. 

Haratz complementa, comentando que, quando em plena capacidade operativa, a unidade que ocupará uma área de até 60 hectares na Zona de Processamento de Exportação (ZPE Ceará), terá capacidade de até 2,4 GW de eletrólise para produção de mais de mil toneladas de hidrogênio por dia e 2,2 milhões de toneladas de amônia verde por ano. 

Com a substituição de parte do hidrogênio de gás natural (cinza), pelo de eletrólise (verde), a expectativa do projeto é evitar a emissão de até 430 mil toneladas de CO2 por mês, uma vez que o hidrogênio cinza emite 2,4 kg de CO2 para cada quilo de amônia produzida.

A produção de amônia verde é destinada à exportação. Para Haratz, o hidrogênio verde tem potencial para ser um dos principais agentes da transição energética global rumo a emissões líquidas zero.

Economia Verde

“Atualmente nos vemos em uma posição de ser um dos principais players, se não o principal, de transição energética e descarbonização do Brasil. Junto com os demais players, nós temos o papel de ‘educar’ e conscientizar o mercado em geral para uma economia verde”, avalia Marcelo Ávila, vice-presidente de Soluções em Energia do Grupo Comerc. 

Segundo Ávila, o setor elétrico nacional passa por uma evolução e, ao mesmo tempo, por uma revolução.

“Novas consultas públicas e medidas estão sendo estudadas para 2023, visando estruturar melhor e acelerar a abertura do Ambiente de Contratação Livre (ACL)”, afirmou. 

De acordo com ele, esse novo cenário deve trazer muita expectativa e obrigará as empresas a realizarem adaptações no sentido de se prepararem para a recepção adequada dos potenciais clientes.

“A geração solar seguirá em franca expansão, entretanto será necessário observar como as novas tributações no setor podem afetar este desempenho”, ressaltou. 

Ávila salienta ainda que o hidrogênio verde seguirá em ascensão e essa tendência deve permanecer independentemente do encerramento da guerra na Ucrânia.

“A tendência é o preço spot de energia se manter estável em relação a 2022 e, em nível baixo, no comparativo com o ano de 2021. Veremos cada vez mais as empresas investindo em descarbonização, utilizando soluções em energia como carro-chefe para tal”, conclui. 

 

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