Foi brincando pelas ruas do centro do Rio de Janeiro que o presidente da ABDAN (Associação Brasileira para Desenvolvimento Atividades Nucleares), Celso Cunha, lembra com saudosismo a sua infância. Tantas brincadeiras vividas naquela época faz com que o executivo se identifique com as histórias do “Menino Maluquinho”, de Ziraldo.
Celso morava ao lado de uma escola de agricultura onde vivia pulando o muro com os amigos para apanhar frutas do pé e andar de cavalo. As tardes eram marcadas com duas horas de estudo seguidas de futebol no campinho.
“Na década de 70, quando o Brasil foi tricampeão, eu tive a oportunidade de assistir de perto os jogos e cada vez que o time fazia um gol, nós corríamos para o campinho de futebol para repetir as jogadas”, relembra com carinho.
Cunha estudou até o colegial em escolas públicas, depois cursou eletrotécnica pelo Centro Tecnológico Celso Suckow da Fonseca, engenharia elétrica pela Universidade Gama Filho, vários MBAs, mestrado, doutorado. Passou por diversos setores da área de energia até chegar à ABDAN.
Apesar da atual crise, Celso está otimista para o futuro. Analisa que ainda há muito tabu na área já que, infelizmente, a energia nuclear foi introduzida através das bombas de Hiroshima e Nagasaki (1945). Então, é preciso mostrar que não é esse o caminho. O caminho para energia nuclear é através da medicina nuclear (para o tratamento do câncer, por exemplo) e outros segmentos desse setor.
As perspectivas de Cunha são as melhores, já que algumas medidas foram aprovadas ou estão em andamento, como a liberação de recursos para terminar a obra de Angra III – e até uma intenção de iniciativa privada para finalizar a obra. Paralelamente, a matriz energética do Plano Nacional de Energia 2050 finalizará, pelo menos, nove grandes usinas para o país.
Confira a entrevista de Celso Cunha na íntegra para a série “1 Década de Influência na Energia”