Na última quarta-feira (28), a cidade de Brasília foi palco do Welcome Energia, evento responsável por abrir o calendário da matriz energética em 2024. O evento foi promovido pela Full Energy, plataforma B2B de conteúdo e eventos para a Energia do Grupo Mídia.
Com o tema “Perspectivas políticas e econômicas para a Energia em 2024”, o Welcome reuniu líderes, autoridades públicas e especialistas para discutir a Agenda do setor para o ano que se inicia.
Confira as fotos oficiais do evento!
Em seu discurso de abertura, Edmilson Jr. Caparelli, presidente e publisher do Grupo Mídia, ressaltou que o evento é “um convite para que possamos explorar novos horizontes para a nossa matriz energética, traçar a agenda do nosso setor e nos atentar aos desafios que nos esperam no futuro.”
Desafios trazidos por mudanças climáticas
A programação teve início com uma palestra de Rafael Amaral Shayani, professor da UnB, com o tema “Desafios trazidos pelas mudanças climáticas”.
Durante a apresentação, o professor analisou dados mundiais sobre mudanças climáticas, abordou estimativas sobre o futuro do planeta e reforçou a importância da educação em transição energética para que todos saibam a melhor forma de atuar nesse quesito.
“O mundo não precisa de ações pontuais. Precisamos de maiores ações para a transição energética. Precisamos de soluções econômicas, políticas e educacionais e nenhum país do mundo apresenta uma mudança drástica em termos de transição energética.”
Perspectivas políticas
O primeiro debate do dia, que teve o tema “Perspectivas políticas de 2024 para a matriz energética”, contou com moderação de Rafael Amaral Shayani, professor da UnB, e participação de: Elbia Gannoum, presidente executiva da ABEEólica; Julio Lopes, deputado federal e Presidente da Frente Parlamentar da Tecnologia e Atividades Nucleares; Isabella Sene, especialista técnico-regulatório da ABSOLAR; e Carlos Amastha, ex-prefeito de Palmas e Diretor de Desenvolvimento de Negócios no IPPER..
Além de analisar o cenário atual, os debatedores comentaram sobre a importância da energia nuclear, o papel das renováveis e a necessidade de lidar com o desperdício de energia que vem acontecendo.
Um dos pontos comentados por Elbia foi a relação entre transição energética e uma transição econômica social, além da evolução do país. “Queremos ter uma matriz mais renovável, mas o grande objetivo é colocar o Brasil como um provedor de soluções energéticas e de bens sustentáveis.”
Já Amastha abordou a necessidade de cumprir os objetivos energéticos sem comprometer o desenvolvimento econômico, além da necessidade de um projeto a longo prazo. “Não podemos ter medo de avançar. Se tivermos um projeto planejado a longo prazo, alcançaremos o sucesso.”
Isabella, da ABSOLAR, pontuou que “as políticas precisam trazer direcionamentos para os investimentos. Devemos definir a forma que as políticas serão implementadas e como elas nortearão os investimentos para que o governo atinja os seus objetivos de transição energética.”
O deputado Julio Lopes trouxe a tona os problemas estruturais da matriz energética. “Temos mais oferta de energia do que precisamos. Em qualquer setor da economia quando isso acontece há uma readequação do preço e isso não acontece na Energia. A energia continuamente fica mais cara que a inflação e isso gera um problema estrutural. Não podemos continuar onerando o consumidor de energia. Essa é uma questão latente e precisa ser tratada.”
Perspectivas econômicas
Após um Coffee Break ideal para conexões estratégicas, o Welcome Energia seguiu com um debate de tema “Perspectivas econômicas de 2024 para a matriz energética”.
Com moderação de Wagner Ferreira, Diretor Institucional e Jurídico da ABRADEE, o debate foi composto por: Carlos Henrique Silva Seixas, presidente da NUCLEP; Cristiano Lopes Saito, Líder de Desenvolvimento de Negócios – Projetos Complexos e Transição Energética da Aggreko; e Eduardo Cardoso, Diretor de Energia da dss+.
Os debatedores pontuaram a necessidade de novas tecnologias, o aumento na demanda de energia e o desafio a longo prazo que a transição energética representa.
Um dos pontos trazidos por Seixas, da NUCLEP, foi a visão de demanda maior de energia. “Temos uma perspectiva de, nos próximos anos, surgir uma demanda maior de energia e isso fará com que tenhamos mais linhas e torres de transmissão. Essa é uma oportunidade excelente para o crescimento da indústria.”
Já Cardoso, da dss+, pontuou a importância da tecnologia para auxiliar todos os níveis da cadeia de consumo. “Sem novas tecnologias que abrangem novos debates, vamos ficar presos e o reflexo da indefinição acaba parando na conta do consumidor, que já é tão desigual.”
Para Saito, da Aggreko, os investimentos de transição de energética devem ser estudados a longo prazo. “Transição energética não é um sprint, é uma maratona. É um desafio de longo prazo e não existe uma receita única, pois o Brasil tem peculiaridades muito específicas e cada caso é um caso.”
