“A expedição amazônica”, por Silla Motta, CEO da Donna Lamparina

No mês de abril, eu tive a oportunidade de vivenciar uma experiência inesquecível, gentilmente organizada pela Unicoba.

Empresa nacional em soluções de armazenamento de energia portáteis e estacionárias, a Unicoba realizou a sua sétima edição da Expedição ESG.

O evento iniciou com um jantar receptivo repleto de pratos e bebidas típicas da região, no tradicional restaurante Amazônico.

O dia seguinte abriu a agenda com uma visita à fábrica da companhia em Manaus, onde tivemos a oportunidade de conhecer a história de um imigrante coreano, empreendedor, que enxergou o potencial de investir no Brasil e depositou seu sonho para criar uma empresa inovadora. Daí vem a origem do nome Unicoba, a união do Brasil com a Coréia.

A imersão no projeto do sistema isolado na comunidade de Santa Helena do Inglês, que fica a 60 km de Manaus, começa literalmente com a navegação em um hotel flutuante com cabines providas de suítes individuais, um cardápio caprichosamente preparado pelo chef gourmet amazonense e a equipe de suporte que nos remete à nossa própria casa.

O percurso, que leva até quatro horas de deslocamento nas águas serenas do Rio Negro, nem chega a ser percebido devido ao caloroso acolhimento oferecido e a fluidez das conversas.

Durante o percurso ainda tivemos a honra de contar com a palestra da Valcléia Solidade, Superintendente de Desenvolvimento Sustentável, da FAS.

Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos, que atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias.

Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.

Tudo isso constatado logo assim que pisamos em terra firme e fomos recebidos pelas empreendedoras locais que compartilharam conosco a transformação trazida pela chegada da energia.

Ouvimos as histórias da Adriana, administradora da pousada criada para fomentar o ecoturismo, da Pedrina que produz artesanato para vender aos turistas, e da Fernanda, produtora dos picolés que refrescam os dias ensolarados da região.

Foi uma verdadeira lição de gestão de negócios, resiliência, perseverança, trabalho em equipe e acima de tudo de respeito pela natureza.

O vilarejo às margens do rio Negro, possui uma população de aproximadamente 130 pessoas e um dos problemas recorrentes na região, onde só se chega de barco, era o fornecimento nem sempre confiável de energia.

Segundo a reportagem do site Mongabay, os moradores já chegaram a ficar até 12 horas sem luz. O que inviabilizava, por exemplo, a vida de comerciantes que queriam viver da venda do pescado.

Entretanto, essa situação mudou com o projeto piloto que promoveu a instalação de equipamentos de energia solar na região, que tem feito com que os ribeirinhos possam viver do ecoturismo e da venda do pescado.

O próximo desafio que eles pretendem superar é a produção do próprio gelo para armazenar os peixes, através da construção de uma fábrica.

Em conjunto com a Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a Unicoba instalou uma usina de painéis fotovoltaicos e um conjunto de baterias de lítio, que tivemos a oportunidade de conhecer de perto.

Esse mesmo sistema de geração e armazenamento de energia, que opera independente da rede de uma concessionária, também ilumina o campo de futebol localizado bem no meio do povoado e que sediou a primeira partida noturna para a alegria dos moradores.

O projeto proporcionou a melhoria na qualidade de vida para mais de 30 famílias da comunidade através do acesso à energia elétrica.

Para Marcelo Rodrigues, VP Comercial da UNICOBA, “quando se tem energia é possível fazer uma mudança significativa na vida dessas pessoas. Energia é habilitadora para dignidade de vida e abre novas portas para a economia local, que pode planejar e expandir novos negócios como bioeconomia e turismo na região”.

Ainda se tem muito o que fazer, mais de 900 mil pessoas vivem sem energia elétrica, boa parte na região Amazônica. Projetos como esse podem ser replicados a centenas de comunidades que hoje vivem sem energia elétrica.

Os painéis fotovoltaicos e bateria trazem disponibilidade energética eficiente e sustentável. Por isso, é muito importante eventos como esse para que diversas empresas e entidades possam contribuir para transformar vidas através da energia.

Ouvimos relatos emocionados das pessoas que beberam água gelada pela primeira vez, que puderam comprar uma geladeira para guardar os alimentos e deixaram de usar o sal como conservante dos produtos perecíveis.

Consequentemente, viram a redução dos casos de hipertensão, além das notícias junto com os programas de entretenimento entraram pelas telas das televisões, e os aparelhos de ar refrigerado que embalaram noites inteiras de um sono tranquilo.

Segundo Zilda Costa, Diretora Comercial da Unicoba e organizadora do evento, “Foi uma honra ter participado dessa expedição com mulheres extraordinárias. O setor elétrico é incrível. Com a soma de competências desta expedição conseguimos dias de intenso aprendizado sobre o grid e levaremos toda a nossa experiência vivida no off grid para transformar vidas.”

A viagem nos conectou com uma natureza exuberante, um povo acolhedor, cheio de ensinamentos e reflexões sobre o modo como nos relacionamos com a gente, com o outro e com essa terra que habitamos.

** Artigo escrito por Silla Motta, CEO da Donna Lamparina com participação especial do Leonardo de Carmo, Head de Marketing – Unicoba)

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