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2. Preço por Modelo 3. Preço por Oferta
O nosso processo de forma- E se, ao invés de se determinar
ção de preço se dá por modelos o sequencial das usinas a serem
computacionais. Dessa forma, o Gerenciar uma utilizadas por meio da modela-
preço de curto prazo da energia enorme quantidade gem probabilística computacio-
é calculado com base no custo de informações sobre nal, fossem adotadas ofertas de
marginal de operação (CMO). geração em âmbito competitivo?
O ONS utiliza, além dos tra- cada agente relevante, Sob esse modelo, a formação de
dicionais modelos “Decomp” e bem como parâmetros valor pelos “bids” de geração seria
“Newave”, as adequações relati- que comportam adotada para cotejar as curvas de
vamente recentes do “Dessem”. muita imprevisão, produção e preço dos geradores
Portanto, é válido afirmar que, concorrentes vis-à-vis as cargas
no Brasil, a cadeia de modelos ex- como meteorologia, elegíveis em suas exigências – que
traídos dos computadores, com demandas futuras se incumbiriam de propor curvas
diferentes horizontes e graus de contra cenários de de consumo e respectivo preço
detalhamento define, em ordem oferta e outros. para o mesmo período.
crescente de custo, uma lista das O processo de competição se-
usinas que devem ser demanda- guiria o racional econômico com
das para atender toda a carga o qual já se acostumaram os
conectada no sistema. players setoriais.
O custo de acionamento da úl- Uma das maiores vantagens do
tima usina, diga-se, portanto, a preço por oferta, quando com-
“usina marginal”, forma o CMO parado com o despacho pelo
dentro do que conhecemos custo (modelo atual), é que os
como ordem de mérito (para competência de uma única enti- agentes podem utilizar sua pró-
despacho). dade – o ONS, no caso brasileiro pria assunção de risco para de-
Com base no CMO, é definido – gerenciar uma enorme quanti- finição de sua oferta de geração
o Preço de Liquidação das Dife- dade de informações sobre cada ou consumo e, desse modo, for-
renças (“PLD”), que é, com efei- agente relevante, bem como pa- matar o sistema com menos in-
to, o preço do mercado de curto râmetros que comportam muita tervencionismo.
prazo no país. imprevisão, como meteorologia, Esta diversidade contribuiria
Ao modelo acima descrito, con- demandas futuras contra cená- para uma operação mais robusta
solidou-se a nomenclatura do rios de oferta e outros. e para a cobertura de todas as di-
“despacho por custo”. Portanto, para gerenciar todo mensões da precificação, produ-
Ainda de característica acen- o Sistema Interligado Nacional to a produto, certame a certame.
tuadamente centralizada (frise- (“SIN”), o ONS tem papel pre- Em competição, os mecanis-
-se, até os dias atuais), onde o ponderante na gestão integrada mos de formação de preços por
operador do sistema determina e na busca incessante pela dita ofertas tenderiam a produzir
o fator hidrológico por modelos otimização. maior eficiência econômica. Isto,
computacionais de otimização e, Com tais características, o des- de forma simplista, poderia ser
assim, minimiza o custo total de pacho por custo, mesmo que traduzido pelo seguinte enun-
produção, por meio de uma or- busque o melhor embasamento ciado: os agentes de geração se-
dem estratificada de despachos técnico, não alcança a totalidade riam incentivados a ofertar seus
das usinas. de riscos dos agentes e promove, custos marginais de produção.
Sendo assim, não é demasia- em alguma proporção, assime- E os preços seriam determina-
do afirmar que, nesse molde, é trias e distorções. dos entre fases muito estreitas:
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